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Praça São Francisco, São Cristovão-SE. Patrimônio da Humanidade

segunda-feira, 3 de julho de 2017

Volta a acelerar a queda da ocupação na construção civil

Ricardo Lacerda
A crise tem sido muito dura no mercado de trabalho. Em dois anos e meio de recessão, cerca de dois milhões e meio de pessoas perderam ocupação no Brasil, sob qualquer tipo de vínculo ocupacional. As ocupações formais caíram em ritmo mais acentuado do que os vínculos informais. Os empregos com carteira assinada sofreram um grande revés, enquanto os empregos sem carteira de trabalho aumentaram, mas não em quantidade suficiente para ocupar aqueles que perderam o emprego com carteira assinada.
Nos primeiros estágios da crise, os trabalhadores recém-desempregados correram para buscar a subsistência em ocupações por conta própria, mas a perseverança e intensidade da retração da demanda que acompanhou a redução do poder de compra da população mostrou que essa não seria uma alternativa viável e o número de ocupações por conta própria passou a despencar.
Construção Civil
Especialmente grave tem sido a evolução da ocupação nos diversos segmentos que compõem a construção civil.  A atividade da construção civil não dá sinais de estabilizar o nível de ocupação. Pelo contrário, a atividade vem acelerando a eliminação de postos de trabalho a partir de meados de 2016. 
O mais alarmante é que, desde o último trimestre do ano passado, a taxa de retração na ocupação na construção civil vem alcançando taxas especialmente elevadas, entre 9% e 10% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior.  No último resultado disponível, referente ao trimestre março-maio de 2017, a queda da ocupação na atividade voltou a acelerar, registrando queda de 10,6%, nesse tipo de comparação (ver Gráfico).  
Em uma atividade em que pouco mais de 1/3 dos trabalhadores conta com vínculo formal de trabalho, a queda na ocupação vem batendo com força, tanto nas atividades formais, vinculadas à construção residencial e a investimentos em infraestrutura produtiva e social, quanto na ocupação informal, em geral vinculada à edificação e reformas em residências.
No trimestre março-maio de 2017, havia 6.674 mil trabalhadores ocupados nos diversos segmentos de atividade da construção civil. Três anos antes, no trimestre março-maio de 2014, o contingente de trabalhadores na atividade era de 7.939 mil pessoas. Nessa comparação, foram eliminados mais de um milhão de ocupações. E na comparação com março-maio de 2016, foram eliminadas 793 mil ocupações nos segmentos que compõem a atividade.
No setor formal, a ocupação no setor não dá sinais de ter encontrado o fundo do poço. Entre janeiro e maio de 2017 foram eliminados 25.060 postos de trabalho formais, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregado (CAGED). No mês de maio, a atividade apresentou um saldo negativo de 4.021 empregos com carteira de trabalho e nos últimos doze meses foram menos 302.802 empregos formais.

Perspectivas
As perspectivas para a construção civil são muito adversas no curto e no médio prazos. Os investimentos públicos deverão permanecer rebaixados, tanto aqueles direcionados para a construção civil residencial quanto para as obras de infraestrutura. E os programas de concessão de infraestrutura para o setor privado, que já não vinham deslanchando, deverão ficar congelados diante da crise política em que o governo federal submergiu. O encolhimento da disponibilidade de recursos do FGTS e a retração do crédito somente agravam o cenário do setor.

Fonte: IBGE.PNADc








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