Ao longo do século XX, a população sergipana passou de 356.264 para 1.781.714 habitantes. Somente o censo de 1980 registrou população superior à casa de um milhão de habitantes. Em 2010, o número de residentes atingiu 2.068.017 (ver Gráfico 1).
Fonte: IBGE, Censo Demográfico 1872, 1890, 1900, 1920,1940, 1950, 1960,1970, 1980,1991, 2000 e 2010.(1) População presente. (2) População recenseada. (3) População residente.Obs: Os historiadores costumam lembrar que a população de 1872 está subestimada,em razão de o levantamento censitário ter deixado alguns municípios de fora.
Um fato significativo na evolução populacional de Sergipe nesse período foi a mudança de sua dinâmica na década de 1970, quando a maior parcela da população se tornou urbana. Há um fenômeno particularmente curioso na trajetória populacional de Sergipe, vis a vis a média do Brasil e dos estados nordestinos: Sergipe que desde a década de 1920 vinha registrando crescimento populacional inferior ao do Nordeste e do Brasil, nos anos setenta passou a crescer acima da região e a uma taxa próxima da média brasileira e, nas décadas seguintes, ultrapassou o ritmo de crescimento dos dois agregados em todos os períodos intercensitários (ver Gráfico 2).
1920-1970
Para o período 1920-1940, as pesquisas censitárias registraram crescimento demográfico para Sergipe de metade do crescimento da população do Nordeste, 14% frente a 28%, enquanto a população brasileira teve incremento de 35%. Nas décadas de quarenta, cinqüenta e sessenta, as taxas de expansão da população sergipana se mantiveram muito abaixo das alcançadas pelo conjunto da região Nordeste e pelo Brasil (ver Gráfico 2).Deixo ao encargo dos demógrafos e estatísticos as explicações de diferenças tão elevadas nesses períodos em desfavor de Sergipe. Pretendo enfocar o período subseqüente, pós-1970. Integração econômica O fortalecimento da integração com o Nordeste e com os centros mais industrializados do país, a partir dos anos setenta, provocou mudanças de grande alcance na dinâmica de crescimento do Estado.Naquela década, um conjunto de políticas de desenvolvimento catalisou o movimento de integração econômica do território brasileiro que já se encontrava em andamento. Além dos incentivos criados no âmbito da SUDENE para investimentos industriais na região, os anos setenta e oitenta foram marcados pela implantação de grandes empreendimentos de empresas estatais no Nordeste em segmentos produtores de bens intermediários, em que o pólo petroquímico de Camaçari foi o projeto de maior dimensão.
No contexto desses empreendimentos, os investimentos do sistema Petrobras na produção de petróleo e gás natural e na extração de potássio provocaram uma transformação de caráter estrutural na economia sergipana, que abriu, desde então, novas possibilidades para o Estado, nos marcos da integração com a economia nacional. Ao final da década de oitenta, a promulgação da Constituição, com novas regras de distribuição do bolo tributário entre as unidades da federação, notadamente por meio do sistema FPE/FPM, inseriu novos elementos que concorreram para integrar e modernizar o conjunto do território brasileiro.O fato é que, desde os anos setenta, o produto econômico de Sergipe vem sistematicamente crescendo a taxas médias superiores às do Nordeste e do Brasil, com exceção de alguns anos do início da década de noventa. Crescimento populacional pós-1970 Entre os censos demográficos de 1970 e 1980, a taxa de crescimento populacional de Sergipe foi a segunda maior do Nordeste, entre 1980 e 1991 ficou em 1º lugar, assim como entre 1991 e 2000, e entre 2000 e 2010 o Estado voltou a apresentar o segundo maior crescimento populacional da região. Considerando o período 1970-2010 como um todo, a população de Sergipe aumentou 127%, frente aos 85% da média regional e 102%, da média brasileira, e foi a mais alta taxa da região.
Fonte: IBGE, Censo Demográfico 1920,1940, 1950, 1960,1970, 1980,1991, 2000 e 2010. Obs: Ver anotação no Gráfico 1
O crescimento populacional mais rápido de Sergipe em relação às médias do Brasil e do Nordeste, por um período de quarenta anos, parece refletir as mudanças estruturais no seu sistema econômico a partir da década de 1970, em que a forma peculiar de integração à economia nacional abriu novos horizontes para o Estado.
Publicado no Jornal da Cidade em 16/10/2011
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