Praça São Francisco, São Cristovão- SE

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Praça São Francisco, São Cristovão-SE. Patrimônio da Humanidade

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Crédito e felicidade

Ricardo Lacerda


Economistas podem ser pessoas pretensiosas. Depois de se arvorarem em calcular o nível de bem-estar das comunidades agora se propõem a medir a Felicidade Interna Bruta- a FIB. São muitas as críticas feitas ao Produto Interno Bruto (PIB) como indicador de desenvolvimento. Ele mede a riqueza gerada, mesmo assim parte da riqueza gerada, muitas atividades não são consideradas; mas não necessariamente a riqueza a que as pessoas têm acesso. Entram no cálculo do PIB, essencialmente, fatos econômicos que geram dispêndio. Assim, o tempo dedicado pelos pais à educação dos filhos não é computado, ainda que essa atividade seja importante na formação deles.

Como medido hoje, penso que as variáveis de renda são sempre melhores do que as de produção, como o PIB, quando se trata de avaliar o desenvolvimento em âmbito subnacional. O PIB pode ser um indicador do estágio de desenvolvimento das forças produtivas em um estado ou região, e é importante por isso, mas pode também ser um fetiche, porque nem sempre expressa adequadamente o grau de desenvolvimento sócio-econômico.

Esforços estão sendo realizados pelos cientistas sociais, economistas inclusive, para incorporar na avaliação do desenvolvimento outras dimensões além do desempenho econômico, como as dimensões da qualidade de vida e a da sustentabilidade do crescimento. Alguns sugerem a inclusão de variáveis sobre percepção pela população da qualidade de vida nesse novo indicador. A intenção é boa, mas as dificuldades metodológicas envolvidas são imensas para compatibilizar, no mesmo cálculo, os dispêndios econômicos, as variáveis que não envolvem dispêndios, como as externalidades negativas e positivas da atividade econômica sobre os recursos ambientais, e as variáveis subjetivas, como a satisfação das pessoas com a vida que têm e a percepção de elevação ou queda do padrão de vida material.

Consumo e crédito

Retornando à medição mais tradicional, o acesso a bens e serviços, ainda que não seja tudo, é uma dimensão importante do desenvolvimento, principalmente em uma região como o Nordeste, em que cerca de 30% da população se encontram em situação de pobreza extrema. A expansão do mercado de consumo no Brasil tem cumprido um duplo papel nos últimos anos: de um lado, significa mais acesso das famílias a alimentação, eletrodomésticos, informações, transporte e lazer; de outro lado, consistiu no principal motor de crescimento do emprego e da renda, engendrando mecanismos virtuosos de auto-reforço sobre o crescimento do mercado interno.

A expansão do crédito foi um dos instrumentos mais importantes na ampliação do mercado do consumo da economia brasileira e cumpriu papel ainda maior nos estados nordestinos. Em um segundo momento, o crescimento do emprego e da massa de renda reforçou a expansão creditícia, tanto da oferta de crédito ao consumo das famílias, quanto da oferta de crédito às empresas.

Em dezembro de 2008, o saldo de operações de crédito na economia sergipana alcançou R$ 4,5 bilhões, equivalentes a 23% dos R$ 19,6 bilhões do PIB daquele ano. O gráfico 1 apresenta os saldos de operação de crédito na economia sergipana, classificando-os em Saldo de Operações de Pessoa Física e Saldos de Operações de Pessoal Jurídica. Em setembro de 2010, a soma dessas operações atingiu o montante de R$ 7,3 bilhões, dos quais cerca R$ 3,96 bilhões resultavam de operações com as famílias e R$ 3,32 bilhões, com empresas.

Quatro anos antes, em setembro de 2006, em valores corrigidos pelo IPCA do período, as operações com as famílias se limitavam a R$ 1,28 bilhão e as operações com as empresas, em 1,37 bilhões. Neste intervalo de tempo, o crédito às famílias mais do que triplicou (210%) e o crédito às empresas aumentou 2,4 vezes. O saldo total de operações em setembro de 2010 se apresentou 2,75 vezes superior ao resultado de setembro de 2006. (Ver gráfico 1).


Fonte: Banco Central do Brasil

Nordeste

Um fato significativo é que as operações de crédito se expandiram mais rápido no Nordeste do que nas demais regiões do país, tanto no que se refere às operações com as famílias quanto nas operações com as empresas. No Nordeste, entre setembro de 2007 e setembro de 2010, Sergipe foi o primeiro lugar em crescimento nas operações com pessoa física e o segundo lugar nas operações totais, atrás apenas de Pernambuco. O gráfico 2 apresenta as evoluções dos saldos totais de Sergipe, Nordeste e Sudeste, neste período.

O ciclo expansivo recente retirou milhões de brasileiros da pobreza extrema e formou um novo mercado de consumo de massa. O crescimento das operações de crédito foi um dos principais instrumentos do ciclo expansivo. Trouxe felicidade para milhões de lares brasileiros que, certamente, estão passando o melhor final de ano de suas vidas. Aumentou nossa Felicidade Interna Bruta, ainda que os economistas não tenham chegado a um consenso a respeito deste novo conceito. Feliz Natal para todos.



Fonte: Banco Central do Brasil


Publicado no Jornal da Cidade, em 26/12/2010

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segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

A especialização relativa da economia sergipana (Final)

Ricardo Lacerda


A especialização dosterritórios de desenvolvimento é o tema desse quinto artigo, que encerra a série sobre especialização relativa da economia sergipana. Com ele, completa-se um ano, sem descontinuidade, que ocupamos semanalmente este espaço nobre do Jornal da Cidade para tratar de questões que julgamos relevantes para o desenvolvimento de Sergipe. Agradecemos à direção do jornal, pela oportunidade, e aos leitores, pela paciência.

Em 2007, o Governo de Sergipe, por meio da Secretaria do Planejamento, deu início à implantação de um Plano de Desenvolvimento Territorial Participativo- PDTP, a partir da constituição de territórios de desenvolvimento.Em linhas muito gerais, a proposta do desenvolvimento territorial visou mobilizar pessoas e recursos para reforçar vocações existentes e criar novas especializações no território sergipano.

A diferença em relação aos programas mais tradicionais de desenvolvimento local, é que o desenvolvimento territorial, além de participativo, tem como pressuposto o empoderamento das forças sociais e a mobilização da população residente em torno da proposta de desenvolvimento, pensadanão apenas em termos econômicos, mas, igualmente, em termos sociais ede sustentabilidade dos recursos naturais.

Os territórios

A proposta de territorialização do espaço sergipano conformou a constituição de oito territórios de desenvolvimento, o Agreste Central, o Alto Sertão, o Baixo São Francisco, o Centro Sul, a Grande Aracaju, o Leste, o Médio Sertão e o Sul, configurados a partir de características econômicas, sociais, ambientais, políticas e culturais (Ver figura).

Figura. Territórios Sergipanos

Fonte: SEPLAN-SE


Coordenados pela Seplan, foram elaborados estudos e planos detalhados para cada um dos territórios. No espaço limitado do presente artigo, são apresentadas,a seguir,algumas características mais gerais de suas especializações relativas. Em termos da riqueza gerada, apenas em três territórios sergipanos a agropecuária representou, em 2007, mais de 10% do total: o Médio Sertão, com 18,3%; o Baixo S. Francisco, com 14,2%; e o Centro-Sul, 11,5%. (Ver quadro).

Dois territórios são fortemente marcados pela presença de grandes unidades industriais que fazem com que os setores secundáriosdelas alcancem elevadas participações na riqueza gerada: o Leste Sergipano, em virtude da presença da extração de petróleo& gás natural e de sais de potássio, que explicam os 2/3 (66,1%) de riqueza gerada no setor secundário; e o Alto Sertão, por conta da operação da Usina Hidrelétrica de Xingó, que faz com que 58,9% da riqueza tenham sido provenientesdesse segmento.

O Agreste Central e a Grande Aracaju, com importantes centros urbanos, se destacam pelas elevadas presenças do setor de serviços, abrangendo as atividades de comércio e os serviços prestados às famílias e às empresas, ainda que a Grande Aracaju sedie, também, a maior parte da atividade industrial.

Agropecuária

No que tange às especializações agrícolas, o quadro a seguir resume as principais especializações dos territórios sergipanos: No Agreste Central as principais culturas são o milho, com 66% do valor da produção do setor, a mandioca, a banana e a batata-doce. O território respondia, também, por mais de 1/3 da produção de ovos do Estado.

No Alto Sertão destacam-se o milho, com 63% do valor da produção agrícola do território, o feijão, a goiaba e mandioca. Trata-se, também, do território de maior produção pecuária, com 51% da produção de leite, além de 48% do mel do Estado. O Baixo S. Francisco Sergipano é especializado na produção de coco, cana, arroz, mandioca e o cultivo de frutas, como banana e manga.

O Centro-Sul conta também com uma agricultura diversificada, em que se sobressaiam, em 2009, a laranja, com 27% do valor da produção agrícola do território, o milho (26%), a mandioca (20%), o maracujá (13%), além do fumo e do feijão. Esse território respondia, em 2009, por 7% da produção de leite e de ovos e 23% da produção estadual de mel.

No Leste Sergipano, com predomínio da cana, 78% do valor da produção, éimportante ainda o cultivo da banana (7%), além de 23% da produção estadual de mel, e 7% do leite e dos ovos produzidos.

Na Grande Aracaju, principal pólo industrial e de serviços do Estado, algumas atividades agropecuárias também são importantes, como os cultivos da cana e do coco, e a produção de ovos e de mel.

O Médio Sertão é marcado pela presença de novas unidades de processamento de cana. As principais culturas agrícolas, em 2009, eram o milho, com 48% do valor da produção do território, cana, 17%, mandioca, 10%, e feijão, 5%. Tratava-se, também, da segunda maior bacia leiteira estadual, representando 19% do total produzido.

Finalmente, a região Sul, que conta com um importante parque industrial nos segmentos de produção de alimentos, produtos têxteis, produtos metalúrgicos e distribuição de energia, é o território em que é maior a presença da citricultura, com 52 % do total do valor da produção da laranja do Estado.



A principal vantagem do desenvolvimento territorial é o de potencializar as vocações locais e agregar novas atividades à estratégia de desenvolvimento. Promove o desenvolvimento a partir da mobilização da população local. Além disso, permite conjugar os investimentos estruturantes de âmbito macro às iniciativas locais.

Publicado no Jornal da Cidade em 19/12/2010

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segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

A especialização relativa da economia sergipana (4)

Ricardo Lacerda

A análise da estrutura do setor de serviços guarda dificuldades não encontradas no exame dos setores agropecuário e industrial. O próprio caráter intangível,que está na essência da caracterização das atividades de serviços,torna menos exata amensuração das quantidades produzidas e da riqueza criada. Para alguns subsetores de serviços, a apuração do valor pelo IBGE é feita com base em indicadores indiretos.

Acrescente-se a isso, as dificuldades causadas na agregação de uma diversidade de atividades abrangidas por esse setor da economia, que inclui desde a renda gerada nas três esferas de governo, o pagamento de aposentadorias e pensões, a prestação de serviços às empresas, como consultorias e serviços de engenharia, a prestação de serviços às famílias, como cuidados de higiene e beleza, os serviços financeiros, o comércio, os serviços privados de saúde e educação, a alimentação fora de casa e a hospedagem, entre outros.

De maneira geral, a evolução do setor de serviços acompanha a expansão do processo de urbanização. As cidades são o local, por excelência, da prestação de serviços. A atividade tende a ganhar peso na riqueza gerada na medida em que a economia de um país ou de uma região cresce e a população urbana aumenta.

Com a abrangência citada, o setor de serviços, em 2008, respondia por 61,8% da riqueza gerada na economia sergipana, cerca de 7 pontos percentuais a menos do que na média da economia brasileira (66,7%) e da média da região Nordeste (66,8%).Como vimos no primeiro artigo dessa série voltada para a análise da especialização da economia sergipana, esta participação menor do setor serviços decorre do peso acima das médias nacional e regional que as atividades industriais apresentam no caso de Sergipe.

Administração Pública

Em 2008, o subsetor Administração Pública, incluindo a seguridade social, respondia por 24,5% da riqueza gerada em Sergipe. Ou seja, cerca de um em cada quatro reais gerados na economia sergipana são originados no setor público, contando com os gastos dos governos federal, estadual e dos municípios e as aposentadorias, pensões e outras transferências de recursos.

Se forem consideradas ainda as atividades de extração de petróleo e gás, 9,8% do Valor Adicionado Bruto, e parte expressiva dos Serviços Industriais de Utilidade Pública, como os serviços de fornecimento de água, saneamento e a energia gerada pela Usina Hidroelétrica de Xingó, 7,9% no total, pode-se inferir a importância das atividades da administração pública e do setor produtivo estatal para a economia sergipana. O gráfico a seguir apresenta os pesos do setor serviços e do subsetor administração pública nos estados do Nordeste e na média da região e do Brasil, sem considerar, nesse caso, a contribuição das empresas públicas na geração do Valor Adicionado Bruto.

Ainda que o peso das atividades da administração pública no Valor Adicionado da economia sergipana, 24,5%, se situe muito acima da média do Brasil, 15,8%, e um pouco superior à do Nordeste, 22,2%, ele não distoado resultado da maioria dos outros estados do Nordeste, em que a participação chega a alcançar 31,3%, no caso da Paraíba, e 28,3%, no Piauí. (Ver gráfico).
Fonte: IBGE-Contas regionais de 2008. Obs. A participação do Subsetor de Administração Pública abrange também a Saúde e Educação Públicas e a Seguridade Social.

As especializações

Excluindo a participação da administração pública, para evitar distorções na comparação com as médias do Nordeste e do Brasil, as atividades de maior peso no total do Valor Adicionado do setor de serviços sergipano, naquele ano,eramo comércio, com 30,6%, as atividades de aluguel e administração de imóveis, 20,4%, o subsetor de transporte, 11,8%, o subsetor financeiro, 9,4% e a prestação de serviços às empresas, 7,0%. A lista completa está apresentada na tabela. Essas participações não divergem muito dos resultados encontrados para o Nordeste, embora possam ser bastante diferentes dos obtidos para a média do Brasil.

Em relação à média do país, as atividades de comércio, de aluguel e administração de imóveis, de transporte e de alojamento e alimentação fora de casa, além dos serviços domésticos, apresentavam, em 2008, maiores pesos na economia sergipana. Por outro lado, os serviços financeiros, as atividades de prestação de serviços às empresas, os serviços de informação, os serviços financeiros e os serviços privados de saúde e educação tinham menor participação na economia sergipana do que na média do país.

Comparativamente ao Nordeste, Sergipe era relativamente especializado nas atividades de transporte, nos serviços financeiros e nas atividades de aluguel e administração de imóveis. Situava-se em posição próxima ou igual a do Nordeste nas atividades de serviços às empresas e nos serviços de informação. Nas atividades de saúde e educação mercantis, alojamento e alimentação e nos serviços às famílias e comércio, situava-se abaixo da média regional.

Ainda que as estatísticas sobre as atividades de serviços sejam menos precisas do que as dos demais setores, os indicadores de especialização relativa propiciam umavisão panorâmica dos segmentos em que Sergipe tem se destacado mais do que as médias do Nordeste e do Brasil.

Assim, chamam a atenção as atividades de aluguel e de administração de imóveis, de transporte e mesmo as do setor financeiro, estas últimas relativamente mais desenvolvidas em Sergipe do que na média regional.No próximo artigo, serão examinadas as especializações relativas dos territórios sergipanos, com o que será encerrada essa série sobre as especializações produtivas de Sergipe.

Fonte: IBGE-Contas regionais de 2008.
Obs. Participação calculada extraindo os valores da administração pública.
Publicado no Jornal da Cidade em 12/12/2010


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segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

A especialização relativa da economia sergipana (3)

Ricardo Lacerda

Sergipe conta com uma estrutura industrial relativamente diversificada, na qual a indústria extrativa mineral e a indústria de transformação repartem, com peso similar, a geração do valor de transformação. Na indústria extrativa se destacam a exploração de petróleo e gás natural e a de minerais não-metálicos. Essas atividades de extração das riquezas minerais são as bases das cadeias produtivas de petróleo & gás e de fertilizantes no Estado. Tais atividades, como se sabe, ganharam expressão em Sergipe entre o final da década de setenta e o início dos anos oitenta, a partir de investimentos de empresas estatais.

Na indústria de transformação, as atividades mais importantes, em termos de Valor da Transformação Industrial (VTI), são as indústrias de alimentos e bebidas; a produção de minerais não metálicos, em que se destacam a produção de cimento e produtos cerâmicos; têxteis e confecção; calçados e couros; e a fabricação de produtos químicos, incluindo a produção de fertilizantes, cosméticos e de álcool.

Esse perfil diversificado da indústria de transformação inclui desde empreendimentos muito tradicionais, como os de fabricação de tecidos e de açúcar, aos de fabricação de concentrados de sucos, implantados nos anos setenta, a indústria de confecção, até outros segmentos, relativamente mais recentes, como os de torrefação de café, fabricação de calçados e a indústria de etanol. Atividades ainda mais recentes são a fabricação de materiais elétricos, de cosméticos, produtos metalúrgicos, máquinas e equipamentos e linhas variadas de produção de alimentos.

Estrutura Industrial

A Pesquisa Industrial Anual (PIA), do IBGE, informa que o Valor da Transformação Industrial da Indústria Geral de Sergipe, abrangendo a indústria de transformação e a indústria extrativa, alcançou o montante de R$ 3,5 bilhões, em 2008, repartidos em 50% para cada uma das atividades. O VTI da indústria de transformação somou R$ 1,74 bilhão e o da Indústria Extrativa, R$ 1,72 bilhão.

Na indústria de transformação, destacam-se a produção de alimentos e a do setor de minerais não metálicos cujos VTIs alcançaram em 2008, respectivamente, R$ 392 milhões e R$ 387 milhões. No patamar seguinte encontravam-se a produção têxtil com R$ 218 milhões, e a de bebidas, com R$ 194 milhões. No terceiro pelotão, as atividades de produção de calçados e couros, produtos químicos e vestuário que registraram, em 2008, VTI acima de R$ 80 milhões e inferior a R$ 100 milhões. Entre as atividades de maior peso, caberia ainda destacar os segmentos de produção de máquinas e equipamentos, de material elétrico e o de fabricação de plásticos e borracha, cujos VTIs se situaram entre R$ 40 milhões e R$ 60 milhões. (Ver Gráfico)


Fonte: IBGE- Pesquisa Industrial Anual de 2008.


As especializações

Em 2008, cinco atividades industriais apresentavam mais do que o dobro da participação no VTI da indústria de transformação em Sergipe do que na média da região Nordeste: a fabricação de minerais não-metálicos, por conta da indústria de cimentos, cujo VTI pesava 4,9 vezes mais em Sergipe que na média da região; a indústria têxtil, 4,53 vezes; máquinas e equipamentos, 4,38; fabricação de móveis, 2,49, e a produção de bebidas, 2,24. (Ver Tabela). Dignas de menção são, também, as especialização relativas de Sergipe na produção de máquinas e equipamentos elétricos, vestuário, fumo e na produção de alimentos.

Na comparação com a média brasileira, as especializações relativas na produção de minerais não metálicos e na fabricação de produtos têxteis são ainda mais acentuadas. São significativas, também, as especializações relativas da indústria na produção de bebidas, calçados, vestuário, produtos alimentícios e móveis.


A especialização relativa da indústria de transformação sergipana nos segmentos destacados informa uma certa divisão de trabalho entre os estados da federação, em que Sergipe participa com mais peso naqueles segmentos do que na média da indústria de transformação. A especialização indica, desta forma, vantagens competitivas do presente ou do passado persistente. No próximo artigo, examinaremos a especialização relativa de Sergipe nas atividades de serviço.



Publicado no Jornal da Cidade em 05/12/2010

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