Praça São Francisco, São Cristovão- SE

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Praça São Francisco, São Cristovão-SE. Patrimônio da Humanidade

terça-feira, 29 de março de 2011

O Consumo de gás natural em Sergipe

Ricardo Lacerda

A produção nacional de gás natural, combustível de origem fóssil, voltou a crescer em 2010, após ter recuado em 2009 por conta da redução do consumo provocada pela crise econômica. Em uma perspectiva de prazo um pouco mais longo, desde a eclosão dos problemas com o fornecimento pela Bolívia em 2006, o Brasil tem buscado acelerar o crescimento da produção de gás natural, ainda que a oferta de gás importado venha evoluindo em um ritmo um pouco superior. A produção nacional subiu do patamar de 48,9 milhões de m3 diários entre 2005 e 2007, para 59,55 milhões de m3 diários, em 2008, recuou para 57,91 milhões de m3/dia, em 2009, e atingiu 62,84 milhões de m3/dia, em 2010, um incremento de 28% entre a média 2005-2007 e o resultado de 2010, enquanto o volume de gás importado aumentou 30%.

A oferta de gás natural, todavia, representa ainda uma parcela relativamente pequena da oferta de energia no Brasil. De acordo com o Balanço Energético Nacional 2010 (ano base 2009), o gás natural respondeu por apenas 8,7% da produção de energia primária produzida no país, frente a 42% do petróleo, 14% da energia hidráulica, 18% dos derivados da cana de açúcar e 1,7% da energia nuclear.

Os grandes consumidores de gás natural não são nem os veículos automotivos, nem as residências, e sim alguns segmentos da indústria pesada intensivos em consumo energético (e do uso como matéria prima, em alguns casos), na siderurgia, química, petroquímica e fabricantes de minerais não metálicos.

Sergipe

Depois de atingir 873,6 milhões de m3, no ano de 2000, a produção de gás natural em Sergipe entrou em uma trajetória de declínio que se estendeu até 2007, quando foram explorados 547,1 milhões de m3. Em 2010, a produção somou 1.101,7 milhões de m3, confirmando a trajetória expansiva iniciada em 2008. (Ver gráfico 1).

Fonte: ANP

Consumo

Em janeiro de 2011, último mês com dados disponíveis, a empresa distribuidora de gás natural em Sergipe possuía 6.249 clientes. O uso industrial se limitou a apenas 34 empresas. O gás para consumo automotivo era fornecido por 34 postos de abastecimentos e o maior número de clientes era do segmento de unidades domiciliares, 6.130.
O consumo médio diário de gás natural em Sergipe, no ano de 2010, foi de 268,2 mil m3. O consumo residencial é ainda muito baixo, representando apenas 0,7% do total. As empresas industriais responderam por 59,4% do consumo total, o consumo automotivo, por 35,7%, o comercial por 0,6%, a cogeração, 0,6%, e os demais usos, 3%. (Ver gráfico 2).

Fonte: Abegas

A evolução do consumo de gás natural depende de alguns fatores: Em primeiro lugar, da capacidade de oferta do produto e da capilaridade da rede de gasodutos; em segundo lugar, da competitividade do produto nos dois mercados principais em que atua, o mercado industrial e o mercado automotivo, nos quais disputa os clientes com outras fontes de energia, desde a fonte hidrelétrica, até os óleos combustíveis, etanol e gasolina.
O gráfico 3 apresentado a seguir, mostra que o gás natural tem conseguido manter sua competitividade no mercado industrial, mas vem, rapidamente, perdendo vendas no mercado automotivo, apesar do forte incremento da frota de veículos no Estado. No caso do consumo industrial, a média móvel trimestral passou 128,3 mil m3/dia, em janeiro de 2009, no auge da crise, para 146,8 mil m3/dia, em janeiro de 2010, e alcançou 161, 9 mil m3/dia, em janeiro de 2011. Ou seja, na comparação da média móvel de janeiro de 2011 em relação a janeiro de 2010, o consumo industrial de gás natural cresceu 10,3%, um excelente resultado.
Diferente tem sido a trajetória do consumo automotivo de gás natural. Depois de somar 116,8 mil m3/dia na média móvel trimestral de janeiro de 2009, caiu para mil 109,3 em janeiro de 2010, e em janeiro de 2011, nessa série, caiu novamente para mil 94,3 m3/dia.

Fonte: Abegas

Em 2010, o mercado de consumo de gás natural em Sergipe teve uma evolução modesta, com crescimento de apenas 3%, por conta da queda do consumo automotivo. O Consumo industrial, por sua vez, teve o expressivo aumento de 11% no período. As perspectivas do mercado nos próximos anos vão depender, além dos fatores de oferta, da implementação dos grandes projetos industriais no Estado e da maior exploração de mercados que hoje se encontram em segundo plano.

 

Publicado no Jornal da Cidade em 27/03/2011

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segunda-feira, 21 de março de 2011

A retomada da economia canavieira em Sergipe

Ricardo Lacerda

A produção sergipana de açúcar restou estagnada por um longo período que se seguiu ao final da segunda guerra mundial. Na safra canavieira de 1948/49, a produção de açúcar no Estado alcançou 47,8 mil toneladas. Em 1974/75, vinte e seis anos depois, a produção sergipana de açúcar somou 46,5 mil toneladas, situando-se no mesmo patamar daquela obtida no primeiro registro do pós-guerra.

Ao longo de todo esse período, a produção estadual somente logrou superar a barreira de 50 mil toneladas em duas safras. A história da crise canavieira, inclusive com o fechamento de usinas nesse período, é conhecida e, ainda que semelhante a de outros estados da região, pareceu mais profunda, fazendo cristalizar a percepção de falta de perspectiva para a atividade em Sergipe, frente a outras culturas, como a laranja e o coco que se expandiam.


Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Próalcool

Desde meados dos anos setenta, todavia, o cenário da cultura canavieira no Brasil foi radicalmente transformado, com o início da implementação do Plano Nacional do Álcool- Proálcool cujos principais marcos são a produção de carros movidos a álcool hidratado e, mais adiante, a produção de veículos bicombustíveis.

A produção do açúcar que respondeu, na safra 1974/75, por 87% do chamado Açúcar Total Recuperável (ATR), contra 13% da soma do álcool anidro e do álcool hidratado perdeu rapidamente espaço no complexo sucroalcooleiro brasileiro, até atingir sua menor participação em 1989/90, quando representou tão somente 27% do total, contra 64% do álcool hidratado e 9% do álcool anidro. (Ver gráfico 1).

No início dos anos noventa, a ameaça de desabastecimento de álcool hidratado para mover a frota de veículos pôs em risco o programa nacional de álcool, crise que somente foi superada com a fabricação e a disseminação do uso dos motores híbridos (flexíveis), movidos a álcool e a gasolina, já na virada para o novo século.

A parcela do álcool hidratado no ATR, que recuou até 20% na produção de 2004/2005, na safra de 2008/2009 já atingia 39%, a mesma porcentagem da produção do açúcar. (Ver gráfico 1). Com o estímulo da produção crescente do álcool, a atividade canavieira assumiu dimensão muito mais significativa para a economia brasileira, pois se tratava a partir de então não apenas da tradicional atividade açucareira, mas de um complexo sucroalcooleiro, fundamental como fonte de energia e de produção de derivados químicos para o país.

A quantidade de cana moída que se situava em torno de 30 milhões de toneladas no inicio dos anos setenta, multiplicou cerca de dez vezes até a safra de 2008/09, quando atingiu 312 milhões de toneladas. A montagem do complexo sucroalcooleiro criou importantes sinergias para a atividade canavieira, que passa a contar com os dois mercados, o de combustíveis e o de açúcar, permitindo o produtor direcionar a produção para o mais atrativo deles. Com isso, não apenas a produção de álcool cresceu no período, como também a produção de açúcar, que passou de 5,4 milhões de toneladas, na safra 1971/72, para 29,9 milhões de toneladas na safra 2008/2009.

Sergipe

A produção canavieira em Sergipe, depois do impulso dos primeiros anos do Proálcool, entrou em declínio nos anos noventa. Depois de atingir 2,2 milhões de toneladas em 1990, segundo a Pesquisa Agrícola Municipal, recuou para 1,17 milhões de toneladas em 2002, quando o preço do açúcar atingiu o fundo do poço no mercado internacional.
Desde 2004, todavia, impulsionada pela expansão da frota nacional de veículos bicombustíveis e pela trajetória ascendente do preço do açúcar no mundo, a atividade canavieira de Sergipe iniciou um ciclo de recuperação que veio a ser consolidado nos últimos anos com a implantação das usinas de Campo Lindo e Taquari, localizadas, respectivamente, em Nossa Senhora das Dores e em Capela.
Em 2009, último ano com dados disponíveis, a produção canavieira de Sergipe atingiu 2,7 milhões de toneladas. Já na segunda metade dos anos setenta, o volume de produção teve forte incremento, e na safra de 2008/2009 alcançou 89,8 mil toneladas, deixando para trás o patamar das 50 mil toneladas.
Ainda que a produção de cana de açúcar de Sergipe represente apenas 3,7% do total do Nordeste, esse ciclo recente confirmou um novo espaço para atividade canavieira no Estado, que em 2002, havia chegado a participar com apenas 2,2% da produção regional.
O gráfico 2 a seguir apresenta o índice de evolução da produção da cana de açúcar no Brasil, Nordeste e Sergipe, entre 1995 e 2009. Fazendo a média do triênio 1994-96 igual a 100, o índice de produção sergipana, depois de alcançar 135 em 2004, conheceu sucessivos saltos nos anos seguintes até atingir 198 em 2009. Note-se, no gráfico, que a produção açucareira do Nordeste não teve o mesmo impulso nos últimos anos.


Fonte: IBGE: Pesquisa Agrícola Municipal.

A combinação de preços muito favoráveis no mercado internacional do açúcar com a expansão do mercado brasileiro de biocombustíveis abriu novas oportunidades para a retomada da atividade canavieira em Sergipe. Municípios como Capela, Japaratuba, Laranjeiras, Pacatuba, Japoatã, Nossa Senhora das Dores, Riachuelo e Siriri têm sido os mais favorecidos por esta expansão.

Artigos anteriores estão postados em http://cenariosdesenvolvimento.blogspot.com/

Publicado no Jornal da Cidade em 20/03/2011

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segunda-feira, 14 de março de 2011

O nível de atividade da economia sergipana no início de 2011

Ricardo Lacerda



Quando os temas econômicos mais palpitantes são o forte aquecimento da economia brasileira e as medidas adotadas para desacelerar o seu crescimento, vale a pena buscar indicações sobre o nível de atividade da economia sergipana entre o final de 2010 e o inicio de 2011.

Para avaliar as atividades comerciais, dois são os indicadores mais significativos: as vendas no varejo e o saldo de crédito de operações com as famílias. O volume de vendas do varejo sergipano, medido pela Pesquisa Mensal do Comércio do IBGE, teve incremento de 12,74% em 2010, enquanto a taxa de crescimento em dezembro de 2010 alcançou 10,9% sobre uma base já bastante elevada de dezembro de 2009. Ainda que a taxa de dezembro de 2010 tenha ficado um pouco abaixo da taxa média anual, não se pode falar em desaquecimento na atividade comercial, que se manteve firme.

Mais surpreendente é a evolução do saldo de operações de crédito de pessoas físicas que aumentou 32,7% na comparação entre dezembro de 2010 e dezembro de 2009. O volume de crédito registrou mesmo uma aceleração do crescimento nos últimos meses dos anos, quando comparados com iguais meses do ano anterior, série que permite isolar os efeitos da sazonalidade. Convém lembrar que a expansão dos empréstimos foi acompanhada pela queda da taxa de inadimplência no período, o que revela uma situação sadia no mercado de crédito.

Outro indicador muito importante para sentir o nível geral de atividade da economia é o consumo de cimento. Infelizmente, este indicador tem uma defasagem temporal grande, somente estando disponíveis, até o momento, os dados do mês de novembro. No acumulado de 2010, até aquele mês, o consumo aparente de cimento em Sergipe aumentou 18,6%, e o consumo do mês ficou 12% acima do resultado de novembro de 2009.

Energia

O consumo de energia se relaciona com o nível de atividade econômica ainda que não se possa buscar uma identidade entre a taxa de crescimento de um com a do outro. Em 2010, o consumo total da energia elétrica em Sergipe, na área de concessão da Energisa, cresceu 7,7%, uma taxa bastante expressiva.

Quando se trata do setor industrial, o consumo de energia é um bom indicador do nível de produção física. Em 2010, o consumo industrial de energia da área de concessão da Energisa representou 13% do total consumido. A essa fatia deve ser somada a do grupo de consumo livre, que se refere às compras realizadas por grandes consumidores, em sua ampla maioria do segmento industrial, que negociam diretamente contratos de fornecimento com as empresas distribuidoras de energia no mercado livre. Essa fatia representou 24% do consumo total de energia na área da Energisa. (Ver gráfico 1)



Fonte: Energisa.

O consumo industrial somado a energia do mercado livre atingiu 642,3 GWh em 2010, um crescimento de 12,4% em relação aos 571,2 GWh de 2009. É importante destacar que em 2009, em função da crise, a soma do consumo industrial e do consumo livre havia recuado 6,1%. O Gráfico 2, a seguir, apresenta a média mensal móvel de três meses do consumo industrial e do consumo livre. Este consumo somou 85,1 GWh na média móvel em dezembro de 2010, 7,6% acima dos 79,1 GWh de dezembro de 2009. Em janeiro de 2011, a média mensal do trimestre foi de 84,2 GWh, 6,3% superior ao resultado de janeiro de 2010. Ainda que a taxa de crescimento desta média tenha chegado atingir 16,2% em setembro de 2010 na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o crescimento do consumo de energia pelo setor produtivo continuou robusto no final de 2010 e no primeiro mês de 2011, principalmente quando se leva em conta que a base de comparação é maior.



Fonte: Energisa.

2011

Alguns indicadores de arrecadação tributária, como o comportamento do ICMS e de tributos federais que incidem sobre a atividade econômica de Sergipe, como a receita de IPI que subiu 17% no ano passado e 20% em janeiro de 2011, também confirmam um final de 2010 e um início de 2011 de nível de atividade elevado e em crescimento.

Em parte por contar com uma base de comparação mais elevada (2010), em parte por conta das políticas macroprudenciais voltadas para a redução da taxa de expansão do crédito e dos gastos públicos, além de reajuste do salário mínimo substancialmente menor do que em anos anteriores, o nível de atividade da economia sergipana, apesar de se manter aquecido, certamente, não repetirá em 2011 a taxa de incremento que conheceu em 2010.


Publicado no Jornal da Cidade em 13/03/2011


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segunda-feira, 7 de março de 2011

O PIB de 2010 e a desaceleração da economia no 4º trimestre


Ricardo Lacerda



O anúncio na semana passada do crescimento do Produto Interno Brasileiro (PIB) de 2010 foi, ao mesmo tempo, motivo de comemoração e de alguma preocupação. Comemoração porque a taxa de 7,5% é a mais elevada desde 1986, ano marcado pela explosão de consumo do Plano Cruzado, confirmando a força da recuperação da economia brasileira após a crise financeira que prostrou a economia mundial ao final de 2008. O setor industrial, o mais atingido pela crise em 2009, quando caiu 6,4%, apresentou a taxa setorial mais elevada em 2010, 10,1%. O setor agrícola reverteu o recuo de 4,6% em 2009, com 6,5% de crescimento em 2010, e o setor de serviços, o único com resultado positivo em 2009, 2,2%, alcançou 5,4%.
O mais significativo no resultado do PIB de 2010 é o fato de que, com ele, a economia brasileira retomou a trajetória de expansão iniciada no ano de 2004, estabelecendo no período uma taxa de crescimento médio anual de 4,4%, há muito desconhecida no Brasil, em um intervalo relativamente longo, de sete anos.

Trajetória

A primeira década do novo século teve resultados superiores à última do século anterior. Entre 2001 e 2010, o crescimento anual médio foi de 3,6%, enquanto no período 1991-2000, o PIB cresceu, em média, 2,6% ao ano. A diferença pode parecer pequena, mas significa que, na primeira década dos anos 2000, a economia brasileira cresceu 42,4%, contra 29,3 % no período anterior e que, nos anos noventa, o PIB por habitan te subiu apenas 1,1% ao ano, frente aos 2,4% ao ano da primeira década dos anos 2000, implicando que, no ritmo anterior, seriam necessários 63 anos para dobrar a renda média do país, e às taxas mais recentes este prazo se reduziria para 29 anos.

O gráfico 1 a seguir apresenta as taxas de crescimento do PIB brasileiro entre 1996 e 2010. Saltam aos olhos a dinâmica mais intensa de crescimento desde 2004 e que, após o resultado ruim de 2009, foi retomada a expansão no ano passado.



Fonte: IBGE: Contas Nacionais Trimestrais

Alerta

A preocupação é de duas naturezas: de um lado, no quarto trimestre a economia brasileira registrou uma forte desaceleração, com crescimento de 0,7% em relação ao trimestre anterior, na série livre de efeitos sazonais, equivalentes a apenas 2,8% anualizados; e do outro, o consumo continuou muito forte neste quarto trimestre, crescimento de 2,5% ou 10,4% em termos anualizados, indicando que as medidas macroprudenciais de contenção da demanda ainda não tiveram o poder de fazer refluir a taxa de expansão desta variável e, ao mesmo tempo, que outras variáveis da demanda agregada tiveram um desempenho pífio.

O gráfico 2, a seguir, resume a evolução do PIB trimestral ao longo de 2010, na comparação com o trimestre imediatamente anterior, observando os componentes da demanda agregada. Um primeiro aspecto que chama a atenção é que houve uma sensível melhoria nas trajetórias das taxas de importações (que contam negativamente) e de exportações de bens e serviços (que contam positivamente), amplamente desfavoráveis às exportações no primeiro trimestre e que foram aproximando os ritmos de crescimento ao longo do ano.

Entre as variáveis da demanda interna, o consumo das famílias não apenas comandou a expansão no 4º trimestre, como apresentou uma evolução ascendente ao longo do ano. O Consumo da Administração Pública (Cons. APU), que foi muito importante para a expansão do PIB no segundo trimestre, perdeu o ímpeto de crescimento nos terceiro e quarto trimestre, mostrando-se comportado no período. Especialmente, houve certa decepção com o comportamento dos investimentos, medidos pela Formação Bruta do Capital Fixo (FBCF), que desaceleraram fortemente no quarto trimestre, após três períodos de intenso crescimento, mesmo considerando que esta variável tenha aumentado 21,8% na comparação, entre 2010 e 2009, e que a taxa de investimento da economia tenha subido para 18,4%.




Fonte: IBGE: Contas Nacionais Trimestrais

Em relação ao consumo das famílias, os indicadores de crédito de 2011 apontam para uma trajetória menos acelerada, o mesmo devendo ocorrer com o consumo da administração pública.

A preocupação decorre do fato de que as pressões inflacionárias permaneceram fortes nos últimos meses, mesmo com a economia crescendo a taxas menores. Ainda que fatores importantes de elevação dos preços se originem de fontes externas, o raio de manobra para manter taxas elevadas de crescimento se estreitou. A lição parece ser que o crescimento sustentável requer, nos próximos trimestres, alterações mais aceleradas entre as proporções das taxas de consumo e das taxas de investimento, públicos e privados, na economia brasileira.


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Publicado no Jornal da Cidade, em 06/03/2011


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