A distribuição da população no território sergipano apresenta algumas características similares às dos demais estados localizados nas áreas mais orientais do Nordeste, marcados pelo processo de ocupação a partir da implantação da economia canavieira, mas guarda também algumas peculiaridades. As terras mais férteis das regiões mais próximas do litoral apresentam maior densidade populacional enquanto aquelas situadas no agreste e no sertão contam com população relativamente mais dispersa. Com base nas características naturais, foram implantados, ao longo do tempo, sistemas de produção agrícola com distintos padrões de ocupação de terras e que resultaram na formação de diferentes redes de cidades. É a evolução desses sistemas de produção e o crescimento das cidades que explicam parte considerável da distribuição da população entre as regiões sergipanas.
Evolução
Desde o início da década de setenta, as atividades urbanas vêm ganhando peso na economia sergipana, em ritmo acelerado, incorporando novos determinantes à distribuição espacial da população. A aceleração da industrialização e a implantação de grandes empreendimentos para a exploração de riquezas minerais, em parte por meio da geração de emprego direto, mas, sobretudo, pela injeção de renda que proporcionam para as famílias e para o setor público, passam a ter um papel crescente na distribuição da população. Empreendimentos vinculados à exploração de petróleo e gás, do potássio, do calcário para a fabricação de cimento e a instalação da Usina Hidroéletrica de Xingó tornaram-se vetores que, direta e indiretamente, atraíram populações para municípios que os sediam. Para alguns municípios, a instalação de fábricas de calçados e de usinas de açúcar, tem concorrido, nos últimos anos, para o crescimento populacional
Mas não desprezemos a força da expansão de sistemas agrícolas, como a citricultura no Sul do Estado nos anos setenta e oitenta, e mais recentemente dos assentamentos rurais no Alto Sertão, como fatores que atuaram sobre a distribuição espacial da população.
Tão importante quanto contar com recursos naturais mais favoráveis é a maior proximidade com Aracaju, principal pólo de desenvolvimento do Estado: à medida que se afastam de Aracaju, os municípios apresentam menor densidade populacional. A implantação de grandes empreendimentos habitacionais no entorno de Aracaju levou à formação de uma área metropolitana de elevada densidade populacional, muito particularmente no município de Nossa Senhora do Socorro, mas também de grande intensidade em São Cristovão.
As populações dos oito Territórios de Desenvolvimento de Sergipe e as respectivas densidades populacionais estão apresentadas no mapa apresentado a seguir.
Fonte: IBGE
Municípios
As tabelas 1 e 2, respectivamente, apresentam os municípios com densidades populacionais mais elevadas e mais baixas, com base nos dados do censo demográfico de 2010. Observando-se os quinze municípios de maiores densidades populacionais é possível identificar uma diversidade de situações: Aracaju, Nossa Senhora do Socorro, São Cristovão e Barra dos Coqueiros, os quatro municípios da área metropolitana, apresentaram elevadas taxas de crescimento populacional entre 2000 e 2010, mas deve-se considerar que Aracaju e Nossa Senhora do Socorro contam com densidades populacionais bem mais elevadas e lideram o ranking. Barra dos Coqueiros e São Cristovão ocupam o 5º e o 9º lugares e, em função das elevadas taxas de crescimento, galgaram duas posições entre 2000 e 2010.
Cabe destacar a situação de Carmópolis, município com pequena extensão territorial, que por conta da exploração do petróleo e da renda de royalties, apresentou crescimento populacional de 44,4% no período e subiu duas posições no ranking.
Propriá, Maruim e Ilha das Flores, inversamente, apesar de contarem com densidades demográficas entre as mais elevadas, apresentaram taxas de crescimento populacional muito reduzidas e perderam posições (ver Tabela 1).
Fonte: IBGE.
Os municípios de densidade populacional mais baixa se concentram nos territórios do Médio Sertão, Baixo São Francisco e Alto Sertão, todos eles situados ao Norte de Aracaju. Alguns deles, como Canindé do São Francisco, Poço Redondo, Frei Paulo e Monte Alegre apresentaram crescimento populacional acima da média do Estado na última década, enquanto outros quase não registraram crescimento populacional.
Fonte: IBGE.
Publicado no Jornal da Cidade em 01/04/2011
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