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Praça São Francisco, São Cristovão-SE. Patrimônio da Humanidade

segunda-feira, 24 de julho de 2017

A economia sergipana gerou 634 empregos formais em junho


Ricardo Lacerda
Há sinais de que o ciclo de queda do emprego na economia sergipana pode ter estancado no 2º trimestre de 2017. A prudência recomenda aguardar os próximos resultados mensais, mas é possível que tenha surgido uma luz no fim do túnel que indique uma elevação moderada na geração de empregos na segunda metade do ano.
Depois de um 1º trimestre de forte eliminação de empregos com carteira de trabalho, cortes que refletiram a confluência dos efeitos da recessão com fatores sazonais, como o final da safra da cana-de-açúcar, o emprego formal flutuou em torno da estabilidade em abril (+113) e em maio (-8) e apresentou resultado positivo um pouco mais robusto no mês de junho, com a geração de 634 vagas.
Na série iniciada em dezembro de 2015, como o Gráfico 1 permite visualizar, os resultados do 2º trimestre de 2017 parecem indicar um momento diferenciado do mercado de trabalho formal em relação a períodos anteriores, que poderá ou não ser confirmado nos meses vindouros. É possível que o saldo positivo na geração de emprego no trimestre tenha sido causado por ajuste nos excessos de cortes de vagas em meses anteriores (notadamente no setor sucroalcooleiro), mas há razões para acreditar que a evolução do emprego formal pode ter iniciado um período de estabilização seguido por elevação moderada, em linha com o que deve acontecer na média do país, mesmo que a maioria dos estados da região Nordeste devam apresentar demorar  .
Como em termos sazonais o mercado de trabalho na segunda metade do ano costuma ser melhor do que na primeira metade as próximas edições mensais das movimentações do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), do Ministério do Trabalho e Previdência Social, devem confirmar a tendência de incremento moderado, mesmo que em meses específicos possa haver cortes de emprego.

Emprego em junho

Fonte: MTPS. CAGED
A geração de emprego em junho foi significativa, entre outras coisas, por ser o melhor resultado para esse mês desde 2012. Em junho de 2013, haviam sido criados 235 empregos formais em Sergipe; em junho de 2014, apenas nove empregos, em junho de 2015, corte de 149 empregos e em junho de 2016 foram -647 empregos (ver Gráfico 2).
Fonte: MTPS. CAGED

Setores
Em termos setoriais, diversas atividades contribuíram para o resultado positivo de junho de 2017. Na indústria de transformação, a fabricação de alimentos e bebidas foi a atividade que mais criou emprego, com a contratação de um grande número de trabalhadores da indústria de açúcar no município de Laranjeiras. Certamente, o regime de chuvas favorável contribuiu para que o setor sucroalcooleiro antecipasse a contratação de parcela de funcionários que haviam sido desligados em março, mas o setor somente atingirá o pico de geração de emprego a partir de outubro.
Outras atividades industriais, menos afetadas por fatores sazonais do que as sucroalcooleiras também voltaram a contratar em junho, como a indústria de material elétrico, tanto para o uso residencial quanto para a indústria automobilística, atividade que ensaia certa recuperação no país, além da indústria mecânica.  Algumas atividades industriais continuaram a reduzir vagas em junho.
O emprego formal na atividade comercial não aumentou em junho, mas é digna de destaque a contratação de cerca de 200 vagas formais no município de Itabaiana, associadas ao início das atividades do shopping center local. No segmento de serviços,  a atividade  de teleatendimento (call center) voltou a contratar, como também algumas atividades de apoio a condomínios residenciais e bares,  restaurantes e lanchonetes.
O setor que ainda não esboçou reação é a construção civil, particularmente a construção de edifícios, atividade que continua cortando emprego massivamente, à medida em alguns prédios são concluídos e que poucos empreendimentos novos estejam iniciando.  A restrição do crédito à construção civil no segmento habitacional somente retarda a estabilização do emprego no setor.

Os analistas estão em geral precavidos em relação às perspectivas de recuperação do emprego na economia brasileira até o final do ano. No segundo trimestre, a agropecuária foi a principal atividade geradora de emprego, seguida pelo setor de serviços. O emprego na indústria tem oscilado entre resultados mensais positivos e negativos, e o comércio e a construção civil continuaram desempregando. A elevação dos preços dos combustíveis por conta dos aumentos dos impostos e os cortes de despesas anunciados pelo governo federal certamente não vão contribuir para a retomada do emprego. A intensificação do ritmo de redução dos juros nominais é uma das poucas alavancas disponíveis.

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