Praça São Francisco, São Cristovão- SE

Praça São Francisco, São Cristovão- SE
Praça São Francisco, São Cristovão-SE. Patrimônio da Humanidade

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

Sergipe vai voltar a gerar empregos formais em 2018?

Ricardo Lacerda

Pesquisa do IBOPE tornada pública durante a semana passada constatou que apenas 6% da população acham que a economia brasileira está melhorando, apesar de as contas nacionais apontarem que o PIB se encontra em crescimento desde o primeiro trimestre de 2017. A principal causa do mal-estar, certamente, é a recuperação débil e desbalanceada do mercado de trabalho, com redução do emprego formal e forte incremento de vínculos precários, como emprego sem carteira de trabalho e ocupações por conta própria, como vêm mostrando os levantamentos da PNADC do IBGE.
O registro do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), do Ministério do Trabalho, apontou saldo negativo em 2017 na geração de empregos regidos pela Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), com o fechamento de 20.832 vagas. O resultado ficou bem aquém do que era esperado pelas autoridades econômicas no início do ano passado, quando se projetava saldo positivo ao final do ano.  A retração do emprego formal em 2017 foi bem menos acentuada do que nos dois anos anteriores, 1,54 milhão, em 2015, e 1,32 milhão, em 2016.
A evolução recente do mercado de trabalho e as perspectivas de aceleração do ritmo de crescimento do nível de atividade dão suporte a projeções de aumento relativamente robusto do emprego formal para 2018, com as simulações variando entre 700 mil até um milhão de novas vagas.
O saldo do emprego formal em 2017 também foi negativo em Sergipe, mas, como no Brasil, bem menos expressivo do que nos dois anos anteriores. Ao longo do ano foram fechadas 1.381 vagas formais no estado.
Mesmo considerando que a recuperação do mercado de trabalho na maioria dos estados da região Nordeste tem sido mais lenta e com alguma defasagem temporal, é razoável projetar um incremento entre três mil e cinco mil empregos formais em Sergipe ao longo de 2018.
Setores
Em comparação ao ano anterior, a variação no emprego formal em Sergipe foi relativamente melhor em 2017 em todos os principais setores, mesmo entre aqueles que ainda apresentaram saldo negativo (construção civil, indústria de transformação e extrativa mineral). As atividades de comércio e os chamados Serviços Industriais de Utilidade Pública (SIUP) registraram saldos positivos em 2017, frente a cortes de empregos em 2016 (ver Tabela).
Entre as principais atividades empregadoras em Sergipe, a construção civil tem se revelado a de situação mais problemática; depois de cortar 5.561 empregos em 2016, eliminou 1.892 vagas em 2017 (ver Tabela).

Tabela. Sergipe. Saldo do emprego formal por setores de atividade em 2016 e em 2017
IBGE Setor
2016
2017
SIUP
-1.074
1.027
 Comércio
-1.483
410
Serviços
-2.839
74
Agropecuária
-56
-85
Administração Pública
6
-214
Indústria Geral  (Ext. Mineral e Transformação )
-4.281
-701
 Construção Civil
-5.565
-1.892
Total
-15.292
-1.381
Fonte: MTE-CAGED
Ponto de virada
A evolução do saldo de emprego formal no acumulado de doze meses, mostrada no gráfico, vem registrando melhoria relativa em ritmo acentuado desde o mês de março de 2017, à medida que os resultados mensais do ano foram se revelando melhores do que os dos meses correspondentes de 2016.
O gráfico mostra que a trajetória dessa série do saldo de emprego formal acumulado em doze meses inverteu naquele mês a tendência anterior de intensificação do corte de emprego iniciada ainda em outubro de 2015. O resultado de dezembro de 2017 sinaliza que se aproxima o momento em que a economia sergipana voltará a apresentar saldos positivos no acumulado de doze meses.
A reversão da tendência e a geração de saldos positivos crescentes ao longo do ano confirmam uma perspectiva de melhoria paulatina no mercado de trabalho no estado, acompanhando, com suas especificidades, o comportamento do país. O desafio de gerar empregos formais deverá permanecer em pauta por um período relativamente longo, no Brasil e em Sergipe.



Fonte: MTE-CAGED

Publicado em 04 de fevereiro de 2018

Nenhum comentário:

Postar um comentário