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Praça São Francisco, São Cristovão-SE. Patrimônio da Humanidade

segunda-feira, 16 de maio de 2016

Indústria, varejo e serviços no 1º trimestre de 2016

Ricardo Lacerda
O IBGE apresentou na semana passada os resultados de março da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) e da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), fechando o trimestre. A PIM (Pesquisa Industrial Mensal) de março já havia sido publicada na semana anterior.
Com a publicação desses resultados é possível fazer um balanço parcial do nível de atividade setorial do período, marcado pelo agravamento da crise política e pela intensa deterioração do mercado de trabalho. Em linhas gerais, a indústria continuou despencando em ritmo anualizado de quase 10%, ainda que algumas atividades do setor tenham começado a reagir a partir de um patamar de produção muito rebaixado. O comércio varejista e os serviços conheceram um período especialmente ruim, não tendo apresentado sinais de melhoria no nível de atividade. Ou seja, os resultados apresentados corroboram a percepção difusa da sociedade a respeito das dificuldades enfrentadas no nível de atividade econômica
Indústria
A indústria geral no primeiro trimestre do ano caiu 11,6%, em relação ao mesmo período de 2015. Na comparação com o último trimestre de 2015, já descontados os efeitos da variação típica entre os meses dos anos, ou seja, com dados já dessazonalizados, a indústria geral ao final do 1º trimestre de 2016 se situou 2,3% abaixo do último trimestre de 2015, que havia recuado 4,1% em relação ao terceiro trimestre de 2015.
Em síntese, o que temos até março de 2016 em termos trimestrais é que a indústria continuou despencando e o ritmo de queda manteve-se intenso, apesar de ter sido atenuado em relação aos resultados do último trimestre de 2015 (ver Gráfico 1).

Fonte: IBGE-PIM. Obervação: As taxas de crescimento em relação ao mesmo trimestre do ano anterior estão referidas ao eixo vertical esquerdo, enquanto as taxas de crescimento em relação ao mesmo trimestre do anterior estão referidas ao eixo vertical direito.

Alguns analistas têm apontado que a cada mês novas atividades industriais começam a apresentar recuperação. Mesmo com o conjunto da atividade industrial tendo recuado os referidos 2,3% no trimestre encerrado em março em relação a dezembro, no corte subsetorial doze dos vinte e três ramos pesquisados registraram crescimento nessa comparação, na série com dados dessazonalizados, quando no último trimestre de 2015 apenas um ramo havia apresentado crescimento. Esse tipo de análise sinaliza a aproximação do momento em que o nível de atividade industrial deverá chegar ao fundo do poço, provavelmente no segundo semestre do ano.
Varejo
O aumento do desemprego, a compressão no poder de compra das famílias e a insegurança em relação ao futuro impactaram fortemente as atividades do setor terciário, atingindo tanto as vendas no comércio quanto o volume de prestação de serviços.
O primeiro trimestre de 2016 foi muito ruim para o comércio varejista. Excluindo as vendas de combustíveis e de automóveis, o volume de vendas no varejo brasileiro recuou 7% em relação ao primeiro trimestre de de 2015. O resultado do último trimestre de 2015 já havia sido também muito ruim, queda de 6,9%, em relação ao mesmo trimestre de 2014 (ver Gráfico 2). 
Na série que compara com o trimestre imediatamente anterior, o volume de vendas no 1º trimestre de 2016 despencou 3,2%. Os resultados apontam para um período especialmente ruim para o comércio varejista no primeiro trimestre do ano, sem sinalização ainda de ter atingido o fundo do poço.

Fonte: IBGE-PMC. Obervação: As taxas de crescimento em relação ao mesmo trimestre do ano anterior estão referidas ao eixo vertical esquerdo, enquanto as taxas de crescimento em relação ao mesmo trimestre do anterior estão referidas ao eixo vertical direito.
Serviços
A Pesquisa Mensal de Serviços do IBGE é bem mais recente do que as outras duas aqui tratadas (o que impede a dessazonalização dos resultados) não sendo possível medir o desempenho em relação ao período imediatamente anterior.
O volume de serviços no primeiro trimestre de 2016 apresentou queda de 5%, na comparação com o primeiro trimestre de 2015. No último trimestre de 2015, o volume de serviços havia se retraído em 5,7%, em relação ao mesmo trimestre do ano anterior (ver Gráfico 3). À semelhança do que se verificou no comércio varejista, não houve no primeiro trimestre do ano uma sinalização clara de retomada na ampla maioria do ramos de atividade do setor de serviços.


Fonte: IBGE:PMS


 Publicado no Jornal da Cidade, em 15/05/2016




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