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Praça São Francisco, São Cristovão-SE. Patrimônio da Humanidade

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Geração de Emprego e de Emprego Industrial em 2011



Ricardo Lacerda

O mercado de trabalho aquecido tem sido resultado e causa do bom desempenho que a economia brasileira vem apresentando nos últimos anos, enquanto as economias centrais encontram-se em verdadeiras tormentas. Estimulado pela expansão do crédito e pelo aumento do consumo interno, o nível de ocupação elevado tem sido uma das principais bases da formação de um mercado interno robusto.

A ampliação do mercado interno, com a incorporação de milhões de brasileiros em um novo patamar de consumo, é o principal fundamento que lastreia as avaliações otimistas do mundo sobre as perspectivas de longo prazo da economia brasileira. Nada disso se alterou significativamente com a piora do cenário externo, nem mesmo com a desaceleração do crescimento do nível de atividade interna.

Ainda assim, é importante destacar que o desaquecimento da economia no segundo semestre de 2011, já repercute na criação de emprego formal. Mesmo com o mercado de trabalho aquecido, taxa de desocupação de apenas 6%, e o patamar de emprego mantendo-se elevado, a geração de 126 mil empregos formais em outubro, muito menos do que em anos anteriores, reflete a diminuição na capacidade de geração de emprego da economia brasileira, muito especificamente no setor industrial.

Outubro foi especialmente débil na geração de empregos formais, considerando-se os resultados do mesmo mês em anos anteriores: em outubro de 2010, haviam sido gerados 204 mil empregos e, em outubro de 2009, como sintoma da rápida recuperação que se iniciava, 230 mil novos empregos (ver Tabela). No setor industrial foram criados apenas 5.206 novos empregos, em outubro de 2011, frente aos 46.923 empregos criados no mesmo mês de 2010.

No ano

Considerando-se o período janeiro-outubro, os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), do Ministério do Trabalho e Emprego, mostram uma economia com capacidade robusta de gerar emprego com carteira assinada. Ao longo desse período, foram criados 2,2 milhões de novos empregos, o segundo melhor resultado da série histórica, inferior apenas ao resultado de 2010, quando foram criados 2,4 milhões de emprego, entre janeiro e outubro (ver Tabela).

O resultado de outubro na série de doze meses acumulados informa a criação de 1,98 milhão de novos empregos, também o segundo melhor resultado da história do país, inferior apenas aos 2,23 milhões dos doze messes completados em outubro de 2010.

Fonte: MTE-CAGED

Desaceleração

O Gráfico 1 sintetiza como a geração de emprego formal vem perdendo ímpeto desde meados do ano. Ele apresenta os valores móveis da geração de emprego formal trimestral, em 2011 e 2010. O valor de março de 2011, 525.565 representa o emprego criado no período de janeiro a março e, assim, sucessivamente. O que interessa destacar é que, nessa série, desde o mês de julho, que agrega os valores de maio a julho, a curva de 2011 vem se distanciando em relação à linha de 2010, ou seja, a geração de emprego trimestral tem se tornado cada vez menos intensa do que nos mesmos períodos do ano anterior.

Chama atenção, também, o fato de que, em 2010, a linha com resultados trimestrais móveis era ascendente a partir de agosto, enquanto a trajetória de 2011 se mostra descendente.


Fonte: MTE-CAGED

A geração menor de emprego formal em 2011, relativamente ao excepcional ano de 2010, tem sido especificamente intensa no setor industrial, como mostra o Gráfico 2.

Manter em expansão o mercado de trabalho é um dos principais trunfos que dispõe a economia brasileira. A desaceleração no crescimento do emprego formal é mais um alerta do súbito desaquecimento da economia brasileira nos últimos meses.


Fonte: MTE-CAGED


Publicado no Jornal da Cidade em 20/11/2011

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