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Praça São Francisco, São Cristovão-SE. Patrimônio da Humanidade

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

O comércio varejista em 2010

Ricardo Lacerda

A expansão do consumo das famílias tem sido um dos aspectos mais marcantes crescimento recente da economia brasileira. O volume de vendas do comércio varejista no Brasil, em 2010, cresceu 10,87% na comparação com 2009, o melhor resultado da série histórica iniciada em 2001. Entre 2004 e 2010, o mercado de consumo brasileiro cresceu 70,8%, ou seja, o tamanho do mercado de consumo é hoje mais de 2/3 maior do que no início da década. A força da recuperação do mercado de varejo desde o início de 2009 fez com que o volume de vendas em dezembro de 2010 se situasse 17,1% acima do patamar anterior à crise econômica internacional, em setembro de 2008.

2010


A expansão do comércio em 2010 foi movida pelo crescimento do emprego, da renda e do crédito. Segundo o IBGE, as atividades comerciais que mais contribuíram para o incremento do volume de vendas no varejo foram aquelas integrantes do segmento de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo que, com o crescimento de 8,96% no ano, responderam por 39,9% do total do crescimento.
As atividades que tiveram as taxas de crescimento mais elevadas no ano, na comparação com 2009, foram as de comercialização de material de informática, de escritório e de comunicação, que abrangem as vendas de celulares, notebooks, tablets, entre outros, que registraram incremento de 24,1%, apesar de não terem pesos tão expressivos nas vendas totais quantos os segmentos de alimentação, de vestuário ou de produtos farmacêuticos. O comércio varejista de móveis eletrodoméstico, outro segmento muito dependente de crédito, alcançou o crescimento de 18,31% no ano.
As vendas de produtos farmacêuticos e cosméticos tiveram incremento de 11,87%, e os produtos de papelaria, jornais e revistas, 11,95%. Na verdade, todas as atividades pesquisadas apresentaram aumentos muito elevados nas vendas. As atividades de menor crescimento foram as agrupadas no item outros artigos de uso pessoal e domésticos, que aumentaram 8,78%. (Ver gráfico 1).


Fonte: IBGE- Pesquisa Mensal do Comércio


Ritmo de crescimento


O crescimento do volume de vendas do comércio desacelerou-se nos últimos meses. Na série de dados que isola os efeitos sazonais, o comércio varejista cresceu 1,9% em agosto, 0,4%, em setembro, 0,1% em outubro, 0,8% em novembro e manteve-se no mesmo nível em dezembro (0,0%), o que significa que a taxa de crescimento anualizado que desde agosto vem se mantendo acima de 10%, deverá se retrair rapidamente nos próximos meses. (Ver gráfico 2).



Fonte: IBGE- Pesquisa Mensal do Comércio


Com as medidas recentes do governo federal de restrição e de encarecimento do crédito, e mesmo com o reajuste menor do salário mínimo em 2011, o crescimento das vendas no comércio varejista deverá desacelerar nos próximos meses. Isso deve acontecer, todavia, em um patamar bastante elevado de vendas, mantendo aquecidas as atividades comerciais. No próximo artigo, examinaremos as diferenças nas taxas de crescimento recentes no comércio varejista de estados e regiões.


Publicado no Jornal da Cidade em 20/02/2011

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