Praça São Francisco, São Cristovão- SE

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Praça São Francisco, São Cristovão-SE. Patrimônio da Humanidade

domingo, 27 de fevereiro de 2011

A Taxa de desocupação da economia brasileira

Ricardo Lacerda



A taxa de desocupação nas regiões metropolitanas brasileiras se situou em 6,1% em janeiro de 2011, extraordinariamente baixa para um mês tradicionalmente ruim para o mercado de trabalho. Recorrentemente, a imprensa tem noticiado a escassez de mão de obra em atividades da construção civil, da indústria de transformação e, mais recentemente, para o trabalho doméstico nas grandes metrópoles, como Rio de Janeiro e São Paulo.

Desde quando foi anunciado o resultado de dezembro de 2010, de 5,3%, a menor taxa de desocupação desde o inicio do registro estatístico, que alguns especialistas têm afirmado que a economia brasileira alcançou o pleno emprego do fator trabalho. Tal assertiva decorre, em parte, da associação que se faz entre a taxa de desemprego de 5% com a noção de pleno emprego, posto que resta sempre um contingente de pessoas desocupadas que está saindo de uma ocupação, antes de encontrar outra. Para alguns analistas, o pleno emprego teria sido alcançado na economia brasileira no sentido de que, para um grande e expressivo grupo de ocupações, não estão disponíveis pessoas com o perfil de qualificação para preencher as vagas.

Portanto, pleno emprego não significa que todos aqueles que procuram trabalho estejam ocupados, e sim que uma parcela muito expressiva da força de trabalho está ocupada e que a desocupação persistente, não devo usar residual, decorre de fatores como tempo de rotação entre uma ocupação e outra, ou desproporções do perfil de qualificação ou na estrutura setorial da demanda e da oferta de trabalho, de modo que incrementos adicionais da demanda por trabalho se traduzirão mais em elevação dos rendimentos do que em novas oportunidades de ocupação.

Queda da desocupação

A queda da taxa de desocupação na economia brasileira tem sido, de fato, notável. Em janeiro de 2003, a taxa de desocupação nas regiões metropolitanas pesquisadas pelo IBGE havia alcançado 11,2%, frente aos atuais 6,1%. O Gráfico a seguir, mostra a evolução da taxa de desocupação nos mês de janeiro, entre 2003 e 2011. A trajetória é fortemente declinante.

Não há dúvida de que o mercado de trabalho brasileiro se encontra aquecido, o que inclusive tem proporcionado ganhos reais nos rendimentos em uma série de ocupações, mas, mesmo nesse sentido elástico, há que se considerar as diferenças regionais nas taxas de desocupação.


Fonte: IBGE- Pesquisa Mensal do Comércio

Regiões

A taxa de desocupação é calculada para seis regiões metropolitanas brasileiras: Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre. Essencialmente por conta de um excedente de mão de obra, acumulado ao longo da história e que a expansão do setor moderno no pós-guerra não logrou absorver, a taxa de desocupação é estruturalmente mais elevada nas regiões metropolitanas do Nordeste, do que naquelas situadas nas regiões Sudeste e Sul. Este é o padrão geral, somente não observado quando crises agudas atacam intensamente o mercado de trabalho mais estruturado do centro dinâmico da economia brasileira, isto é, o da região Metropolitana de São Paulo. A menor taxa de desocupação em janeiro de 2011 foi registrada na Região Metropolitana de Porto Alegre, 4,2%, seguida, pelo Rio de Janeiro, 5,1%, Belo Horizonte (5,3%) e São Paulo (6,0%).

Em janeiro de 2011, a taxa de desocupação nas regiões metropolitanas de Recife e Salvador eram, respectivamente, de 7,1% e 10,7%, também as mais baixas da série histórica. Em janeiro de 2006 as taxas de desocupação daquelas regiões metropolitanas haviam alcançado, respectivamente, 15,3% e 14,9%. (Ver tabela).


Fonte: IBGE- Pesquisa Mensal do Comércio

As taxas de desocupação são mais elevadas para os jovens do que para pessoas com mais experiência, apontando a urgência de expandir os cursos de capacitação profissional.

Se fatos extraordinários, como a crise política do mundo árabe ou a deterioração da situação fiscal em nações europeias, não trouxerem efeitos muitos negativos para a economia mundial, o mercado de trabalho brasileiro deve seguir aquecido em 2011, com novas reduções na taxa de desocupação, mesmo que em ritmo menos acelerado. Vamos torcer para que nada atrapalhe esse momento especial do mercado de trabalho no Brasil.


Publicado no Jornal da Cidade em 27/02/2011

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segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Realidade e paraíso

Ricardo Lacerda de Melo (Assessor Econômico do Governo de Sergipe)

O editorial do prestigioso periódico Jornal da Cidade de 17 de fevereiro de 2011 tece comentários sobre a mensagem do Governador Marcelo Déda durante a abertura dos trabalhos da Assembleia Legislativa de Sergipe no ano de 2011, sob o título O paraíso não é aqui. No seu direito inalienável de livre manifestação, procura argumentar que aquela mensagem passou a ideia de que a gente sergipana vive no paraíso, quando, assinala o editorial, a realidade dos fatos é outra.
O editorial não foi feliz em sua tarefa de avaliação, por não ter conseguido captar o cerne da mensagem ali pronunciada. A mensagem hora nenhuma traçou um cenário paradisíaco sobre a situação econômica e social de Sergipe. Na verdade, a mensagem fez um amplo relato das realizações do Governo de Sergipe no período 2007-2010, como exige o artigo 84 da Constituição Estadual, apresentou a situação das finanças públicas, mostrou os avanços obtidos em vários campos, reconheceu a persistência de problemas na saúde, na educação, na segurança pública e na infraestrutura, e apontou os desafios e os eixos de atuação do segundo mandato popular. Não fugiu dos problemas e das insuficiências das políticas públicas. Renovou, todavia, a confiança de que as dificuldades estão sendo enfrentadas e que Sergipe vai continuar seguindo em frente.
A mensagem tem como eixo central a renovação do compromisso do Governo de Sergipe com a inclusão social dos mais pobres. Mostrou com indicadores concretos os avanços obtidos, alguns deles os maiores já alcançados por Sergipe, na geração de emprego e renda, na interiorização do desenvolvimento, nas políticas educacionais e de saúde, enfim na inclusão social da gente sergipana mais pobre por meio do acesso às políticas públicas e da geração de oportunidades de trabalho - Inclusão pelo Direito e pela Renda.
Não traçou cenário de paraíso. Apresentou, sim, dados concretos de que o número de famílias em situação de pobreza extrema, a exemplo do que acontece em todo território nacional, vem caindo ano a ano, em função do conjunto de políticas públicas adotadas pelo governo estadual, em parceria com o governo federal, e do crescimento da nossa economia. Mostrou também, com dados concretos de conceituadas instituições nacionais, como a Fundação Getúlio Vargas(FGV) e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), que Sergipe tem avançado em indicadores econômicos e sociais e que, pela primeira vez na história, está no seu horizonte erradicar da pobreza extrema as famílias sergipanas que se encontram em tal situação, que são aquelas cujos rendimentos por membro integrante é inferior a ¼ do salário mínimo, até o ano de 2016
Com essa constatação, a mensagem faz um chamamento aos poderes e à sociedade para se somarem a essa missão, que, sintetiza, vai nortear todas as ações do governo nos próximos quatro anos.
O editorial não captou a o aspecto central da mensagem. Perdeu uma oportunidade de engrandecer o debate sobre as perspectivas da gente sergipana, que argumento, têm avançado significativamente nos últimos anos.

Publicado no Jornal da Cidade em 18/02/2011

O comércio varejista em 2010

Ricardo Lacerda

A expansão do consumo das famílias tem sido um dos aspectos mais marcantes crescimento recente da economia brasileira. O volume de vendas do comércio varejista no Brasil, em 2010, cresceu 10,87% na comparação com 2009, o melhor resultado da série histórica iniciada em 2001. Entre 2004 e 2010, o mercado de consumo brasileiro cresceu 70,8%, ou seja, o tamanho do mercado de consumo é hoje mais de 2/3 maior do que no início da década. A força da recuperação do mercado de varejo desde o início de 2009 fez com que o volume de vendas em dezembro de 2010 se situasse 17,1% acima do patamar anterior à crise econômica internacional, em setembro de 2008.

2010


A expansão do comércio em 2010 foi movida pelo crescimento do emprego, da renda e do crédito. Segundo o IBGE, as atividades comerciais que mais contribuíram para o incremento do volume de vendas no varejo foram aquelas integrantes do segmento de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo que, com o crescimento de 8,96% no ano, responderam por 39,9% do total do crescimento.
As atividades que tiveram as taxas de crescimento mais elevadas no ano, na comparação com 2009, foram as de comercialização de material de informática, de escritório e de comunicação, que abrangem as vendas de celulares, notebooks, tablets, entre outros, que registraram incremento de 24,1%, apesar de não terem pesos tão expressivos nas vendas totais quantos os segmentos de alimentação, de vestuário ou de produtos farmacêuticos. O comércio varejista de móveis eletrodoméstico, outro segmento muito dependente de crédito, alcançou o crescimento de 18,31% no ano.
As vendas de produtos farmacêuticos e cosméticos tiveram incremento de 11,87%, e os produtos de papelaria, jornais e revistas, 11,95%. Na verdade, todas as atividades pesquisadas apresentaram aumentos muito elevados nas vendas. As atividades de menor crescimento foram as agrupadas no item outros artigos de uso pessoal e domésticos, que aumentaram 8,78%. (Ver gráfico 1).


Fonte: IBGE- Pesquisa Mensal do Comércio


Ritmo de crescimento


O crescimento do volume de vendas do comércio desacelerou-se nos últimos meses. Na série de dados que isola os efeitos sazonais, o comércio varejista cresceu 1,9% em agosto, 0,4%, em setembro, 0,1% em outubro, 0,8% em novembro e manteve-se no mesmo nível em dezembro (0,0%), o que significa que a taxa de crescimento anualizado que desde agosto vem se mantendo acima de 10%, deverá se retrair rapidamente nos próximos meses. (Ver gráfico 2).



Fonte: IBGE- Pesquisa Mensal do Comércio


Com as medidas recentes do governo federal de restrição e de encarecimento do crédito, e mesmo com o reajuste menor do salário mínimo em 2011, o crescimento das vendas no comércio varejista deverá desacelerar nos próximos meses. Isso deve acontecer, todavia, em um patamar bastante elevado de vendas, mantendo aquecidas as atividades comerciais. No próximo artigo, examinaremos as diferenças nas taxas de crescimento recentes no comércio varejista de estados e regiões.


Publicado no Jornal da Cidade em 20/02/2011

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segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

A inflação e o preço dos alimentos

Ricardo Lacerda


O governo federal iniciou o ano de 2011 com a adoção de uma série de medidas restritivas na política econômica que, certamente, não tem agradado a população brasileira. A percepção de que a inflação se distancia rapidamente da meta de 4,5% ao ano, acionou o sistema de alerta, fazendo com que o governo tenha respondido com medidas monetárias, de redução da liquidez e de elevação da taxa básica de juros, e medidas fiscais, com anúncios de corte de gastos previstos no orçamento, além de ter adotado uma posição menos flexível nas negociações relativas ao reajuste anual do salário mínimo. Tais atitudes, em conjunto, apontam para a percepção do governo da necessidade de desacelerar o crescimento da economia nesse início de ano.
O IPCA
A meta central de inflação para 2010 e 2011 foi fixada pelo governo federal em 4,50%, com uma margem de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. No acumulado de doze meses completados em janeiro, o Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA) atingiu 5,99%. Ainda que dentro da margem, a combinação da aceleração da taxa de inflação nos últimos meses, do forte incremento do consumo e de indicadores de pressão no mercado de trabalho e no nível de capacidade ocupada conformou um cenário de urgência no enfrentamento da questão inflacionária, inclusive para sinalizar, interna e externamente, o compromisso do novo governo com a estabilidade econômica.

Fonte: IBGE- IPCA

Um motivo de preocupação adicional é que a variação nos preços dos alimentos tem sido o principal fator de pressão sobre o IPCA. No acumulado de doze meses, completados em janeiro, o preço da alimentação e das bebidas aumentou 10,42%, quase o dobro do índice geral e quase três vezes o índice acumulado em janeiro de 2010, que havia se situado em 3,56%.

Alguns analistas têm apontado que a pressão inflacionária tem sido sentida também nos preços de bens e serviços não transacionáveis, ou seja, bens e serviços que o consumidor não tem a opção de adquirir de fornecedores situados em outros mercados, como são os casos das despesas pessoais, cujos preços médios subiram 7,42% nos últimos doze meses, os gastos com habitação, 5,33%, e os de saúde e cuidados pessoais, 5,18%.

O gráfico 1, todavia, mostra, sem sombra de dúvidas, que o preço dos alimentos tem sido, de fato, o cerne do problema inflacionário mais recente. Os demais itens praticamente repetiram os números de janeiro de 2010, ainda que alguns venham se mantendo acima da meta para o índice geral.

Alimentos
O preço dos alimentos sofreu forte aceleração a partir de setembro de 2010. Nos acumulado de doze meses de janeiro de 2011, o índice de preços de alimentos consumidos nos domicílios subiu 10,68% e o de alimentação fora dos domicílios teve incremento de 9,9%. O grupo de cereais, leguminosas e oleaginosas aumentou 9,47%, o feijão subiu mais de 30% e o preço da carne, 27%.

A rápida aceleração nos preços dos alimentos tem alguns componentes internos e outros internacionais. Problemas climáticos na Rússia têm causado forte impacto no preço do trigo, e na Índia, sobre o preço do açúcar, que subiu mais de 20% nos últimos doze meses no mercado interno. Mas o fato mais significativo tem sido a retomada do aumento da demanda por alimentos no mercado internacional, puxada pela expansão nos mercados emergentes, com destaque para a China, e no mercado interno.

O gráfico 2 ilustra o comportamento do IPCA-Geral e do IPCA- Alimentação e Bebidas, desde janeiro de 2008. A linha contínua representa a evolução do IPCA-Alimentação e Bebidas, no acumulado de doze meses, e a linha pontilhada a evolução do IPCA- Geral. A partir do segundo trimestre de 2008, o índice de alimentação e bebida, em doze meses, empinou fortemente, até atingir 15,79%, em junho. Nos meses seguintes, com a queda abrupta nas cotações das commodities alimentares por conta da crise internacional, a variação positiva deste índice de preço, em doze meses, chegou a cair para o patamar de 3,19%, em dezembro de 2009.

No primeiro semestre de 2010, o IPCA- Alimentação e Bebidas foi fortemente pressionado pelas inundações em São Paulo e no Rio de Janeiro, mas passou a ter um comportamento mais suave já a partir de junho. Desde setembro de 2010, todavia, este índice entrou em uma trajetória perigosamente ascendente, até atingir os 10,42% já citados, no acumulado de doze meses em janeiro de 2011.

Em parte por problemas climáticos externos, em parte por conta do aquecimento do consumo no mercado interno e no mercado internacional, os preços dos alimentos no Brasil, no início de 2011, retomaram a trajetória ascendente tal como ocorria no período imediatamente anterior à crise financeira internacional, pressionando o IPCA dos últimos meses. Frente a este quadro, o governo acendeu o sinal de alerta e acionou as políticas de contenção fiscal e monetária.


Fonte: IBGE- IPCA


Publicado no Jornal da Cidade, em 13/02/2011


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segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

A interiorização do emprego formal em Sergipe

Ricardo Lacerda

Um dos mais aspectos mais interessantes do ciclo expansivo atual da economia brasileira é o processo de criação de empregos com carteira de trabalho nos municípios do interior. Ainda que, na maioria dos estados, o emprego metropolitano tenha crescido, nos últimos quatro anos, a taxas superiores as médias dos estados, o emprego fora das regiões metropolitanas aumentou consideravelmente em termos absolutos. Em 2010, foram criados no Brasil mais de 1 milhão de empregos nos municípios não pertencentes a regiões metropolitanas.

Geração de Emprego

Desde 2007, o emprego formal no interior do Estado, entendido como integrado pelos municípios não pertencentes ao aglomerado urbano da Grande Aracaju (além da capital, os municípios de Nossa Senhora do Socorro, Barra dos Coqueiros e São Cristovão) vem aumentando progressivamente. Depois dos 2.003 empregos gerados no interior no ano de 2006, o número de novos empregos cresceu para 3.903, em 2007, e alcançou 5.016, em 2008. Por conta da crise financeira internacional, houve certo recuo em 2009, quando foram criados 3.359 empregos formais, e, finalmente, o resultado exuberante de 2010, até o mês de novembro, com a geração de 9.506 empregos no interior do Estado. (Ver Gráfico).


Fonte: MTE- CAGED. Obs. * Municípios não pertencentes a Grande Aracaju (N. Sra. D Socorro; Aracaju, B. dos Coqueiros; e São Cristovão). ** Os dados de 2010 são relativos ao período jan-nov.

O emprego formal nos municípios do interior de Sergipe vem, em média, crescendo a taxas mais elevadas do que as apresentadas por Aracaju e pelos demais municípios da região metropolitana, fazendo com que a participação dos primeiros tenha aumentado no total do emprego formal gerado no Estado. Ou seja, não apenas o emprego formal vem se acelerando nos municípios do interior, como ele vem aumentando a participação no emprego formal que vem sendo gerado em Sergipe.

O movimento de expansão mais acelerada do emprego no interior fica mais bem ilustrado quando são comparados os quadriênios 2003-2006 e o 2007-2010, até o mês de novembro desse último ano. Enquanto no primeiro período foram criados 7.724 empregos nos municípios não integrantes da Grande Aracaju, entre 2007 e 2010, o número de empregos formais criados nestes municípios quase triplicou, na verdade cresceu 181%, alcançando o montante de 21.684 novas vagas.

No primeiro período, em torno de 2/3 dos empregos (68%) foram criados em Aracaju e 72% na Grande Aracaju. Entre 2007 e 2010, apesar da geração de emprego ter sido maior em todas as áreas do que no período anterior, a Capital respondeu por menos da metade do emprego gerado em Sergipe, 48%, e na soma de Aracaju com os demais municípios da região metropolitana, alcançou-se 58%. A outra face é de que, entre 2003 e 2006, o emprego formal no interior representou apenas 28% do total do Estado, e, entre 2007 e 2010, essa participação foi alçada para 42%. (Ver Tabela)


Fonte: MTE- CAGED. Obs. * Municípios não pertencentes a Grande Aracaju (N. Sra. D Socorro; Aracaju, Barra dos Coqueiros; e São Cristovão). ** Os dados de 2010 são relativos ao período jan-nov.

Municípios e Setores

Nos últimos quatro anos, os municípios sergipanos, não pertencentes à Região Metropolitana de Aracaju, que mais criaram emprego foram, por ordem, Capela e Nossa Senhora das Dores, por conta da instalação de Usinas Processadoras de Cana-de-Açúcar; Itabaiana, com destaque para o comércio, extração mineral, alojamentos e comunicação e outras atividades, e Frei Paulo, com a indústria de calçados.

Criaram contingentes também expressivos de novos empregos os municípios de Itaporanga D´Ajuda, com a construção civil, indústria de alimentos e profissões técnico-administrativas; Lagarto, com comércio varejista, indústrias de calçados e de alimentos, e serviços de alojamento e comunicação; Simão Dias, calçados e construção civil; Estância, comércio, construção civil, indústria de bebidas e metalúrgica; Laranjeiras, construção civil e agricultura; Propriá, construção civil, comércio varejista e indústria de alimentos e bebidas; Carmópolis, administração técnico-profissionais, transporte e comunicação, construção civil e metalúrgica; e, Nossa Senhora da Glória, comércio, industria de mobiliário e alojamento e comunicação.

A interiorização do emprego formal concorre para o desenvolvimento mais equilibrado territorialmente. O ciclo expansivo de geração de emprego nos últimos teve como um das características fundamentais a criação de tais empregos mais estruturados também em municípios não pertencentes á região metropolitana, em segmentos diversos da atividade econômica, mas com concentração nas indústrias de calçados e de alimentos e bebidas, na agroindústria canavieira, no comércio, e na construção civil.



Publicado no Jornal da cidade, em 05/02/2011

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