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Praça São Francisco, São Cristovão-SE. Patrimônio da Humanidade

segunda-feira, 1 de julho de 2013

A implantação da AMSIA Motors em Sergipe


Ricardo Lacerda

O anúncio da AMSIA Motors, efetuado na última quinta-feira, de que vai instalar em Sergipe a 1ª montadora de veículos híbridos (movido à eletricidade e à gasolina) do Brasil coroou um trabalho digno de elogios da equipe do secretário Saumíneo Nascimento de atrair para o estado uma planta industrial, com tecnologia inovadora, que internaliza importante elo de uma cadeia produtiva que certamente terá impactos muito importantes na economia de Sergipe e na do Nordeste. O Secretário destacou que Sergipe passará em pouco tempo a fazer parte do seleto grupo de estados que possuem planta automobilística. A AMSIA Motors é uma empresa chinesa de capital saudita, com atuação em dezoito países.

Como bem assinalou o Governador em Exercício, Jackson Barreto, com a instalação do novo empreendimento abre-se um novo ciclo de desenvolvimento industrial em Sergipe, movido por novas forças produtivas, em cadeias produtivas tecnologicamente mais avançadas.

Como os investidores deixaram claro, a opção por Sergipe foi também uma opção pelo Nordeste, região que possui um mercado amplo, com uma população de cinquenta e três milhões de habitantes (dado de 2010), superior a de todos os países latinoamericanos, com exceção do México.

O diretor-presidente da AMSIA Motors, senhor Mustafa Ziauddin Ahmed, informou em entrevista que inicialmente será lançado o carro compacto da empresa, para em um segundo momento iniciar a produção de utilitários esportivos (SUV), com a possibilidade de introduzir posteriormente as linhas de produção de ônibus e máquinas agrícolas, todos veículos movidos a eletricidade ou com motorização híbrida.

No que tange à estratégia comercial, o dirigente da empresa também se referiu a uma expansão em etapas, priorizando inicialmente o mercado do Nordeste e das demais regiões do país, para em um segundo momento atender o mercado latinoamericano e do norte da África.

Autorreforço

Com o crescimento da renda nos últimos dez anos em ritmo significativamente superior à média nacional, o Nordeste passou a ser o segundo maior mercado consumidor do país. Esse crescimento robusto do seu mercado vem atraindo para a região um grande número de investidores, em uma diversidade de segmentos econômicos.

Entre 2001 e 2011, o rendimento médio domiciliar do Nordeste, já descontado o IPCA do período, cresceu cerca de 30%, frente à média nacional de 17,4% (ver Gráfico). No caso de Sergipe, o rendimento domiciliar real teve incremento de notáveis 51,6%, muito acima da média da região e do país. O rendimento médio domiciliar em Sergipe passou da quarta posição no ranking regional, em 2001, para o primeiro lugar, em 2011, seguido de perto pelo Rio Grande do Norte.


Fonte: IBGE. Pesquisa Nacional de Amostra Domiciliar.
Obs: Dados descontados pelo IPCA do período.


Ao contrário do que alguns analistas céticos têm apregoado, a ampliação da renda da região e a implantação de investimentos significativos em infraestrutura no último decênio provocaram sim uma mudança de qualidade na economia nordestina. Não se trata apenas de crescer movido pela expansão do consumo, indefinidamente. A dimensão que assumiu o mercado nordestino e o seu crescimento acima da média nacional mudaram as condições de atração de investimentos para a região, gerando mecanismos de autorreforço que propiciarão novos incrementos na renda.

Investimentos

Naturalmente, é requerido um certo tempo entre a expansão do mercado puxado pelo crescimento da renda e a concretização de novos empreendimentos. Além disso, o cenário externo ainda conturbado refreia esses impactos.  E os investimentos não caem por simples força gravitacional. É necessário criar os estímulos e as condições materiais e institucionais para atrair os investimentos.

Como reflexo do crescimento do mercado regional, empreendimentos muito significativos têm se direcionado para Sergipe. Em 2013, já foram anunciados alguns investimentos de peso, como a ampliação das fábricas de cimento da Votorantim e da Nassau e a implantação de uma nova fábrica de cimento do Grupo Brennand, no município de Laranjeiras.

A Saint-Gobain, gigante francesa especializada na produção de vidros, anunciou a implantação de uma fábrica em Sergipe para atender a demanda da indústria regional de alimentos e bebidas.

O Grupo Yazaki, um dos lideres mundiais na fabricação de autopeças, já se encontra em operação em Sergipe, e muito recentemente foi inaugurado o parque eólico da Barra dos Coqueiros.
Em outros estados da região, investimentos significativos também estão sendo implantados.

O Governador Marcelo Déda, desde o início de sua administração, teve a clareza de que era necessário preparar Sergipe para se inserir de forma qualificada nesse processo de desenvolvimento da região. Nas mensagens de abertura dos trabalhos da Assembleia Legislativa e nos relatórios anuais da administração tem sido sempre realçado esse posicionamento estratégico: qualificar Sergipe para participar de forma diferenciada das transformações econômicas sociais que o Nordeste vem alcançando.

A definição dos investimentos em infraestrutura, o fomento aos empreendimentos privados e a criação de um ambiente econômico favorável têm se pautado por essa orientação. Ao mesmo tempo em que lança as bases de uma maior integração regional, Sergipe busca criar as condições para se tornar competitivo na atração dos investimentos que se direcionam para o Nordeste.

Como fez questão de comentar comigo o secretário Oliveira Júnior durante a cerimônia de anuncio do investimento da AMSIA Motors, nessa estratégia da administração Marcelo Déda para transformar as bases produtivas de Sergipe, a expansão da exploração dos recursos minerais já havia sido assegurada pelos investimentos da Petrobras, da Vale e das empresas cimenteiras. Faltava a definição de investimentos de grande monta em novas cadeias produtivas, com fortes efeitos para frente e para trás. O Investimento da AMSIA Motors vem marcar esse novo ciclo de transformação produtiva.


Publicado no Jornal da Cidade, em 30/06/2013

5 comentários:

  1. Boa tarde.
    Gostaria de saber quais são as construtoras que estão responsáveis por algumas dessas obras, pelo menos a da Amsia.
    Estou fazendo uma pesquisa que preciso dessas informações,mas não estou encontrando de nenhuma forma. Se souber quais são, ou onde eu posso encontrar o que procuro serei muito grata.

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