O
IBGE publicou na semana passada o Perfil dos Municípios Brasileiros 2011, com
informações sobre a gestão de todos os 5.565 municípios brasileiros. As equipes dos prefeitos eleitos em outubro
último deveriam consultar a base de dados produzida que disponibiliza um
conjunto muito amplo de informações sobre as estruturas de cada prefeitura e
que são organizadas em sete grandes temas: 1. Estrutura administrativa; 2.
Articulações interinstitucionais; 3. Educação; 4. Saúde; 5. Habitação;
6.saneamento básico; e 7. Direitos humanos.
Por
conta dos grandes desastres ambientais que rotineiramente se abatem sobre
nossas cidades, a imprensa nacional deu destaque à informação de que apenas 6,2% dos municípios brasileiros tinham plano
de redução de riscos para enfrentar situações de deslizamentos de encostas e
enchentes etc, e que outros 10,0% dos municípios estavam
elaborando os seus.
Mas publicação trata de muito outros temas de
grande importância para as gestões municipais. Informa quais são os municípios
que têm cadastro das famílias interessadas em programas habitacionais, os que
celebraram consórcios com outras prefeituras para lidar com problemas ambientais,
como a gestão de resíduos sólidos, e de transportes, saúde e educação.
O relatório da publicação informa, por
exemplo, que “de 2009 a 2011, o número de municípios que possuíam órgão
responsável pela política de direitos humanos mais que dobrou”. O mais relevante é que os gestores podem verificar a
situação dos seus municípios em cada uma das temáticas, com informações sobre
um amplo leque de questões.
Gestão
O Perfil dos
Municípios Brasileiros 2011 cuida de esclarecer uma informação em torno da qual
há muitas mistificações. Em 2011, do total de funcionários da administração
direta das prefeituras sergipanas, 71% eram estatutários, 15% comissionados, 3%
CLT, 2% de estagiários e 10%, sem vínculos (ver Gráfico). Os quantitativos de comissionados e sem
vínculos são realmente muito elevados, mas estão distantes de comentários
usuais que os consideram maioria. Somente em seis dos municípios sergipanos os
estatutários representam menos de 50% do quadro da administração direta. Em um
deles, apenas 23% dos funcionários são estatutários.
Trata-se de um município
de pequeno porte em que a maior parte dos funcionários da administração direta
não possuía vínculo ou era celetista. Em
outros vinte e três municípios, os estatutários participavam com mais de 50% e
menos de 70% do quadro da administração direta. E nesses casos, não são
necessariamente municípios pequenos.
Um dado
colateral a essa questão é que vinte e nove entre os setenta e cinco municípios
sergipanos haviam realizados concursos públicos nos vinte e quatro meses que
antecederam à pesquisa, enquanto outros quarenta e seis deles não realizaram
certames.
.
Fonte: IBGE.
Perfil dos Municípios Brasileiros 2011.
Alguns dados
são realmente preocupantes, considerando as novas responsabilidades que a
constituição de 1988 delegou aos municípios na área de educação. Apenas vinte e três dos setenta e cinco
municípios, equivalentes a 31%, informaram que contam com plano municipal de
educação, frente a cinquenta e dois que não dispõem dessa ferramenta básica de
planejamento, essencial para identificar quais são as prioridades a serem
enfrentadas na área. A situação dos municípios sergipanos nesse quesito fica
muito abaixo da média nacional, mesmo com 90% dos nossos municípios possuindo
conselhos municipais de educação para acompanhar as políticas setoriais.
Saúde
O perfil
municipal apresenta informações sobre as unidades de saúdes existentes em cada
município, o quantitativo de médicos, enfermeiros, dentistas e agentes de
saúde no programa saúde da família e traz
dados sobre a contratação de serviços privados de consultas, fisioterapias, exames
e internações. Sabe-se assim que quarenta e seis municípios, equivalentes a 61%
do total, realizam alguma contratação de serviços privados de saúde.
A publicação
completa encontra-se disponível no portal do IBGE e pode ser acessada no link a
seguir. http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/perfilmunic/2011/default.shtm. Conhecer
os dados básicos do seu município e compará-los com a média de outros de porte
semelhante pode ser uma tarefa produtiva para o novo gestor. Pode propiciar uma
visão de conjunto e indicar políticas que deveriam ser prioritárias.
Publicado no Jornal da Cidade, 25/11/2012
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