Praça São Francisco, São Cristovão- SE

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Praça São Francisco, São Cristovão-SE. Patrimônio da Humanidade

domingo, 24 de junho de 2012

Crescimento e redistribuição regional do emprego formal na década de 2000.


Ricardo Lacerda

A intensa geração de emprego formal é um dos aspectos mais virtuosos do crescimento econômico na década de 2000. O contingente de emprego formal no Brasil cresceu à taxa média de 5,3% ao ano entre dezembro de 2000 e dezembro de 2010, bem superior à expansão média do PIB e do crescimento da População Economicamente Ativa, fazendo com que a parcela dos vínculos formais no total do emprego tenha se ampliado significativamente.

Em 2010, a quantidade de pessoas inseridas no mercado formal brasileiro era cerca de 2/3 maior do que em 2000. A geração de emprego manteve-se robusta nos anos mais recentes, apesar dos impactos da crise financeira internacional.  Mesmo em anos ruins, de PIB estagnado, como 2009, ou de baixo crescimento, como 2011, o emprego formal aumentou a taxas superiores a 4% e 5%, respectivamente. 

Em 2012, de forte desaceleração do nível de atividade, a taxa de crescimento do emprego formal em doze meses completados em maio alcançou 4,3%, o que não significa que o mercado de trabalho esteja blindado em relação à crise, pois as taxas de geração de emprego vêm caindo.

Desconcentração
A expansão do emprego formal tem sido célere em todas as regiões brasileiras. As regiões mais pobres e com mercado de trabalho mais frágil, como o Norte e o Nordeste, apresentaram taxas de expansão do emprego formal ainda mais elevadas, enquanto as regiões mais ricas e com mercado de trabalho mais estruturado registraram taxas de expansão abaixo da média brasileira (ver Gráfico). No período 2000-2010, o emprego formal se expandiu a taxas anuais de 8,2% na Região Norte, de 6,2%, no Nordeste, e 5,7% no Centro-Oeste, frente aos 5% na região Sul e 4,8% no Sudeste.

O mais interessante é que a desconcentração do emprego formal em direção às regiões mais pobres não pode ser atribuída a nenhum setor específico, posto que se verificou em praticamente todos os setores de atividade econômica.

domingo, 17 de junho de 2012

As forças que derrubaram o PIB



Ricardo Lacerda

Desde meados de 2011 que o governo federal vem adotando uma série de medidas visando reverter a intensa desaceleração do ritmo de crescimento da economia brasileira. As medidas abrangeram um amplo leque de instrumentos para desvalorizar o câmbio, reduzir juros, ampliar crédito, defender o mercado interno de setores especialmente atingidos pelo intenso crescimento das importações, reduzir tributos de bens de consumo, sem que o ritmo de atividade tenha, até o momento, dados sinais de reanimação. Ver no Gráfico 1 o declínio acentuado da taxa de crescimento do PIB no acumulado de quatro trimestres.

Reação

Diferentemente da reação adotada em 2009, muito mais incisiva frente a um quadro mais agudo da crise naquele momento, as medidas vem sendo tomadas de forma progressiva, agregando novos instrumentos quando se conclui que os estímulos anteriores não foram suficientes para reaquecer a demanda agregada da economia.

Também diferentemente de 2009, o governo optou, até o momento, por não utilizar uma política de gasto público de caráter anticíclico, colocando suas fichas na recuperação na demanda das famílias e das empresas. Atento à intensificação dos sinais de instabilidade nos países com situações fiscais mais fragilizadas da Zona do Euro, o governo brasileiro vem buscando preservar a meta de superávit primário estabelecida para o ano, como forma de assegurar a trajetória declinante das taxas de juros.  

Quando se decide por intensificar os gastos, busca destravar o investimento público e não as despesas correntes, inclusive com a ampliação da oferta de crédito para os estados, como foi anunciada em reunião na última sexta-feira sobre a disponibilidade de 20 bilhões de reais por meio do programa de Pro-Invest, voltado para as obras de infraestrutura.    


Fonte IBGE: Contas trimestrais


quarta-feira, 13 de junho de 2012

Como foi construído o Brasil Moderno

Entrevistas com ex-presidentes, diretores do BNDES e lideranças empresariais, no âmbito do projeto O papel do BNDE na industrialização do Brasil – Os anos dourados do desenvolvimentismo – 1952-1980, foram publicadas pelo Centro Internacional Celso Furtado em 2009. 

Lucas Lopes, Roberto Campos,Celso Furtado, Ignácio Rangel, Conceição Tavares, dentre outros, apresentam suas visões sobre um período muito rico da história econômica do país.

O documento mostra um pouco como foi construído o Brasil Moderno.  Ver link a seguir.

http://www.centrocelsofurtado.org.br/interna.php?ID_M=138

domingo, 10 de junho de 2012

Exportações sergipanas batem recorde em doze meses



Ricardo Lacerda


As exportações sergipanas finalmente se recuperaram de forma robusta em 2012, depois de terem sido fortemente atingidas pela crise financeira internacional de setembro de 2008. Muito dependentes do desempenho das vendas de suco concentrado de laranja, as exportações sergipanas se ressentiram profundamente da baixa cotação do produto no mercado internacional. O preço médio da tonelada exportada por Sergipe de suco concentrado de laranja em 2009 caiu a menos da metade da cotação de 2007. Porém, desde meados de 2010, o preço do produto apresentou notável recuperação no marcado internacional, criando estímulo para a retomada das exportações sergipanas.

Entre janeiro e maio de 2012, as exportações sergipanas alcançaram US$ 66 milhões, frente aos US$ 38,6 milhões do mesmo período de 2011, uma expansão de 71%. Nos doze meses completados em maio de 2012, as exportações sergipanas somaram US$ 149,8 milhões, o mais alto resultado alcançado para o período e 63% superiores aos US$ 91,7 milhões dos doze meses completados em maio de 2011, superando ainda em 13% o recorde anterior, de maio de 2008 (ver Gráfico 1).


Fonte: MDIC/SECEX


terça-feira, 5 de junho de 2012

Visitações em maio

O numero de visitações ao blog Cenários de Desenvolvimento bateu recorde em maio: 12.313. O pico se deu no dia 28, com 633 visitações. Deve vigorar alguma Lei de crescimento da clientela adaptada a ambientes virtuais para explicar a expansão geometrica. Obrigado a todos os visitantes, intencionais ou ocasionais!

domingo, 3 de junho de 2012

A Usina de Biomassa Gentil Barbosa e a agroindústria canavieira em Sergipe

Ricardo Lacerda

Foi inaugurada na última terça-feira, no município de Nossa Senhora das Dores, a Usina Elétrica Renovável Gentil Barbosa, com capacidade de gerar 34 MW a partir do aproveitamento da biomassa da cana, oferta suficiente para atender as necessidades do complexo agroindustrial e o equivalente ao consumo conjunto dos municípios de Lagarto e Itabaiana.

A implantação da unidade de biomassa do grupo Agroindustrial Campo Lindo simboliza a nova etapa que vivencia a agroindústria canavieira em Sergipe, que procura se afastar do modelo tradicional e estigmatizado do setor e enveredar para a formação de um complexo produtor de energia. O investimento na unidade geradora de energia a partir de biomassa, da ordem de R$ 100 milhões, eleva para R$ 300 milhões o investimento realizado no complexo, com a criação de três mil empregos diretos formais, com grande impacto na economia da região. Em uma terceira fase, o grupo efetuará investimentos na produção de energia elétrica de origem eólica, com a implantação de mais de cinquenta torres em meio ao canavial.

Sucroenergético

Alerta-nos Marco Aurélio Déda, que desenvolve estudo instigante sobre a competitividade das atividades da agroindústria canavieira no Nordeste, que a tradicional indústria açucareira brasileira desde 2010 passou a ser referida como indústria sucroenergética para caracterizar mais adequadamente os mercados em que as empresas atuam. Na safra 2008/9, 61% do chamado ATR- Açúcar Total Recuperável da cana brasileira foram destinados à produção de etanol e os demais 39% à produção de açúcar. Trata-se, portanto, de, crescentemente, competir no mercado de combustíveis, ainda que o mercado do açúcar deva continuar respondendo por uma parcela ampla da atividade.